Daí eu te pergunto. Você já viveu
uma grande história de amor?
Não, não estou falando desses
namorinhos de 3 semanas, nem de casamentos de décadas por obrigação. Estou
falando de um sentimento arrebatador, eu independentemente de tempo, te
arrancou os suspiros mais profundos, e fez você sentir que foi jogado contra o
vento, que pulou de um precipito, em busca da felicidade.
Sim. Eu vivi uma grande história de
amor, e mesmo sendo muito jovem, arrisco-me a achar que será a grande história
da minha vida, pois foi nela que eu me senti realmente feliz.
O amor é como um pé de rosa, que
será plantado em um belo jardim, com muitas outras flores, diversas, de várias
cores e odores.
Sabemos que os primeiros meses dessa
rosa são ótimos, crescimento rápido, seu caule se encorpa de uma maneira
surpreendente. Entretanto, o que mais nos felicita, é que não precisamos
interferir em seu crescimento, já que ela acaba por crescer sozinha, sem contar
muito com a ajuda de ninguém. Tendo sorte, um pouco de água, sol e uma terra
fértil, tudo ocorre naturalmente.
Depois de certo tempo, é que as
coisas tem que ser levadas mais a sério. Depois de um três meses eu diria. É
nesse período, que devemos começar a nos preocupar efetivamente com o futuro de
nossa rosa, e com os cuidados que ela deve ter.
A rosa, para se tornar vermelha,
vivida e saudável, deve ser regada na medida certa, pois água demais a afogará,
levando todos os seus nutrientes, e pouca água, a fará secar, pois ela não terá
chances de continuar crescendo. Logo, vemos que não é demais e nem de menos,
pois é na medida certa que as coisas fluem.
Os espinhos, proteção da rosa, devem
ser retirados, nos momentos adequados, não podemos deixar de maneira alguma,
que eles impeçam outras pessoas de tocá-la, de também sentir quão perfeição ela
exala. Um espinho não retirado acabará causando muita dor, não só a quem quer
chegar perto, mas a própria rosa que será afetada pelas lágrimas daqueles que
tanto a admiram.
As folhas, devem ser delicadamente
acariciadas, sem muita preocupação. Não podemos ser impulsivos com a rosa, não
podemos agir por impulso com ela, devemos cuidar da mesma de forma calma,
cautelosa, deixando ela respirar, crescer, dar novos botões de flor, tudo no
seu ritmo.
A terra, deve ser arada
periodicamente. Como a água, deve obedecer um certo tempo. Precisamos cuidar do
que sustenta nossa flor, mas não de forma possessiva. Nossa obrigação é cuidar,
mas não tornar a pequena flor em um objeto de loucura.
Mas, infelizmente, o que vimos é que
muitas vezes, as rosas não chegam nem a brotar, acabam morrendo no meio do
caminho, por inexperiência dos jardineiros.
Na maioria dos casos, os jardineiros
estão tão afobados para vê-la bonita, perfeita, admirada, que não cuidam dela
de maneira certa. Acabam passando do ponto, regam-a tanto, que ela acaba
morrendo em suas próprias lágrimas.
Isso acontece com a minha grande
história de amor, dois jardineiros inexperientes, tão ansiosos para ver a rosa
desabrochar, acabaram a deixando muito doente. A regaram demais, não cortaram
seus espinhos, não souberam cuidar de suas folhas, e principalmente, não araram
a terra.
Mas, surpreendentemente, mesmo
depois de todos acharem que a rosa havia morrida, tanto tempo depois, ela
continua viva, fraquinha é bem verdade, mas ainda ousa tentar resistir para
crescer novamente e brilhar.
O medo toma conta da rosa, pois ela
quer brilhar, quer crescer, quer exalar todos os seus cheiros, toda a
vivacidade de seus tons, mas não sabe se os jardineiros ainda querem cuidar dela.
Agora, eu te pergunto. Não somos
culpados por ter deixado a rosa do jeito que ela está. Erramos inexperientes,
por tantos impulsos, acabamos maltratando muito ela, mas mesmo assim, ela ainda
está viva, acesa, e queima.
Afinal, o que deve ser feito?
Os jardineiros, agora sabem
exatamente o que fazer, pois sabem que devem água-la na hora certa (ter
limites), que devem cortar os espinhos (abandonar o ciúme, a desconfiança, a carência,
a ira, a inveja, a maldade), que devem cuidar bem de suas folhas (viver a vida
como se ela fosse algo leve, sem tantas cobranças) e principalmente arar a
terra (manter o amor aceso sempre, como se ele fosse, e é, algo precioso,
sempre sendo feliz e fazendo o outro feliz junto), fazendo agora, o que
deveriam ter feito antes e manter a partir de hoje, essa rosinha viva, já que
ela resiste em se manter de pé, apesar de tudo.
Ou é melhor deixá-la morrer, mesmo
depois de tanto tempo lutando, de tanto tempo negando seu próprio fim, sem ao
menos conquistar seu ápice, sem dar novos botões, sem viver?
O que é melhor? Ficar acorrentado
aos erros do passado e ser impedido de ser feliz com quem se ama de verdade,
deixar as mágoas serem superiores aos sentimentos, ou esquecer os erros
grotescos do passado e ir cuidar dessa rosinha tão linda, que está esperando
para ser feliz?
O que é melhor? Se tornar um
jardineiro experiente, que vai contar a todos que passou por cima das
dificuldades e que a rosa mais linda do mundo é trabalho dele, ou deixá-la
morrer e nunca saber o que teria acontecido no futuro, se ele tivesse cuidado
dela.
Me responde.
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