29 abril 2014

Terrores da Vida: O Livro Obscuro - O Pacto


Era aproximadamente 11:45 da manhã do ano de 1995 quando a professora de Emily havia recolhido todas as redações sobre a crise de 1930, quando Bruna, uma garota dois anos mais velha que Emily, levanta-se da cadeira abruptamente e começa a soltar um grito avassalador
-AAAAAAAAAAAAAAAAAA
-Bruna –Falou Jéssica a professora de português no mesmo instante- Já para a diretoria! Não tolerarei mais as suas gracinhas! – Jéssica era professora de Português e Francês na escola para Damas e Cavaleiros da Senhorita Leveu na cidade de Goiás Velho. Ela era magricela, com alguns cabelos grisalhos e aparentava ter uns 57 anos.
Bruna repentinamente solta outro grito, mas dessa vez mais alto que o anterior, que por fim enfureceu mais ainda a professora Jéssica Fazendo-a gritar:
-GAROTA INSOLENTE! PARA A DIRETORIA AGOOORA!
Mas o que a inocente professora não sabia era que a pobre consciência de Bruna não mais ali estava e que a cada segundo a alma dessa jovem garota estava sendo consumida pelas forças sombrias.
Bruna era uma garota de cabelos negros, lábios avermelhados com bunda e seios fartos, e era conhecida na cidade por fazer sexo com qualquer homem em troca de tatuagens e cigarros. O pai de Emily era muito conhecido por ser dono da melhor padaria, e sua mãe era a fundadora do projeto “Adote cachorros e gatos para a alegria de todos”.
Os alunos da sala de aula estavam se controlando para não rirem de Bruna, enquanto a professora Jéssica controlava-se para não ter um surto. De repente Bruna para os gritos e olha fixamente nos olhos de Emily e começa a dizer – Emily, você é a próxima!- Bruna subitamente cai no chão e começa um ataque louco de espasmos e a liberação contínua de espuma pela boca. Um ataque epilético. A professora vai ao socorro de Bruna e pede para os ademais alunos chamarem a enfermeira da escola.
 Jéssica tenta ali fazer os primeiros socorros básicos para pessoas nesse estado, no qual aprendeu em um curso de duas horas em uma fita cassete na tarde de um final de semana em sua casa. Ela então começa os procedimentos aprendidos no qual acaba percebendo que Bruna está ficando desfalecida.
-Bruna, vamos lá, mantenha-se acordada!- diz Jéssica começando a ficar desesperada e mal sabendo que Bruna assim que fechou os olhos havia entrado em coma e morria a cada instante que se passava.
A enfermeira e seus ajudantes entram na sala com a maca e começam o processo de reanimação, mas nenhum sucesso tem sobre Bruna, então a levam a enfermaria para com esperanças conseguirem deixá-la bem.
Enquanto levavam Bruna, a diretora ordenou que todos os alunos fossem para as suas casas e que Emily deveria se dirigir a diretoria juntamente com a professora Jéssica.
Ao chegarem a sala a diretoria percebem a grande inquietação e preocupação da Diretora Elizabeth, no qual naquele instante tentava acalmar-se com um cigarro.
-Pois bem, professora Jéssica conte-me tudo e em seguida quero saber o “Porque” de Bruna ter falado que você seria a próxima Emily- disse a diretora severamente.
Após alguns minutos de Jéssica contando para Patrícia sobre o ataque frenético de Bruna e Emily tentando explicar que mal conversava com ela, a diretora resolveu dispensar as duas e obrigou Emily a levar as coisas de Bruna ao seu padastro Richard e a mãe Lúcia.
Ao recolher todos os pertences de Bruna Emily saiu da escola e foi em direção a casa da avó que ficava na rua de baixo para contar tudo o que havia acontecido naquele dia.
Emily era uma garota estudiosa, de cabelos loiros e olhos castanhos, meio alta, gostava de música de gênero Rock Pop e acima de tudo adorava ler livros, certas vezes optava por ficar em casa lendo seus livros e ouvindo suas músicas ao sair com os amigos para a praça do Coreto ou então dar uma volta pela Budega Fantástica entre outras lojas.

*  *  *
            Horas mais tarde após ter tido um almoço fantástico e contado a sua avó sobre o que havia acontecido pela manhã na escola, Emily resolve ir até a mini biblioteca que a avó cuidará e preservará tão bem e resolveu ver o que Bruna tanto carregava naquela bolsa que ultimamente não deixa ninguém nem se quer olhar na direção que estava guardada.
            Após sentar-se na mesa e espalhar todos os objetos que estavam dentro da bolsa de Bruna ela observou que além de um kit de maquiagem completo e alguns cadernos havia um livro de capa preta muito peculiar. Aparentava ser bem antigo, pois, atualmente não se encontra mais livros de tal porte a venda.
            Emily resolve abrir o livro e ver do que fala, já que na capa não havia título algum. Ao virar a capa ela depara-se com páginas em branco, nenhuma página sequer escrita, só 398 páginas limpas e agrupas, a não ser por duas páginas peculiares, as que estavam localizada bem no meio daquele livro, com a seguinte frase escrita:

“Algumas Gotas de Sangue são suficientes para tornar algo visível”

            Emily sem entender a frase resolve pegar alguns livros de biologia e estudar sobre os elementos que compõe a corrente sanguínea, até que ela se dá conta de que na verdade aquela frase é um enigma, e que se são só “Algumas gotas de sangue” nenhum mal faria então fazer um pequeno furo em seu dedo e deixar que algumas gotas caiam no livro, já que é necessário para que algo fique visível.
            Com uma tesoura que Bruna tinha dentro da bolsa Emily faz um pequeno corte em seu polegar e deixa com que algumas gotas caiam no centro do livro manchando aquela página.
            Após as gotas caírem nada acontece, mas de repente as gotas são absorvidas pelo meio do livro juntamente com a frase. Um silêncio destruidor prevalece na biblioteca até que várias páginas são rasgadas do livro e começam um grande ciclone na sala fazendo com que Emily tenha de se segurar em algum lugar para não ser levada por aquele vento assustador. O vento então cessa e as páginas que antes estavam rodopiando na biblioteca agora começam a agrupar-se de forma bizarra até o momento no qual formam um ser humano.
            Não um ser humano em si, mas algo mais parecido com uma múmia recente. Um ser humano enfaixado. Emily então meio assustada e perplexa por não compreender o que havia acontecido resolve dizer- Quem ou o que é você?

-Meu nome é Octávio Augustus Fento e estava lhe aguardando Emily Antônia Vaz.  


Paulo H. Macedo

26 abril 2014

Estar Só...

“Faz falta, ser a falta de alguém.”
— 
Lucas Lucco.


Confesso que ainda acho estranho quando algum desavisado passa por mim e perguntas coisas do tipo “E ai, como vai o namoro?” ou “Nossa, nunca mais vi seu namorado!”.
Não é que doa, afinal, já não dói mais há muito tempo, mas ainda soa um pouco constrangedor, já que, nem sempre é fácil admitir que se esteja só. Ser sozinho geralmente está relacionado à rejeição, algo que não é legal, na maioria das vezes, abre as portas para o julgamento errado da sociedade.
Relacionamentos não dão certo às vezes, acontece Mundo!!! Para mim, um namoro só tem dois caminhos – casamento ou separação – que devem ser seguidos fielmente. Podem até me chamar de careta, ou de pensamento machista, mas querendo ou não, para mim, isso é fato.
Se você não está feliz, se não faz feliz a outra metade – que nem sempre é um alaranja – o melhor é seguir sua vida sem ela.
Pode doer? Pode não, vai doer, porque mesmo que você não a ame mais, a falta ainda ocasiona momentos de fuga da sua consciência, que te levam para lugares onde chorar é inevitável.
Admito, sofri muito, e como. Chorei, murmurei, me xinguei, me bati, tentei me matar, tive ira até de Deus, mas no fim, consegui entender que era necessário passar por aquilo para amadurecer. Afinal de contas, passei de uma menininha amedrontada com a vida, para uma mulher adulta muito rápido.
Agora, podem até estar se perguntando: “Se era uma frágil menininha, como tinha desejos e vontades, afinal, crianças não amam assim?”.
 E eu respondo, já que sim, eu tinha desejos, todos têm. Desejo de beijar, de abraçar, de ficar junto, de segurar aquelas mãos e não soltar nunca mais, por mais suadas que estejam, por mais cheias de calos que tenham, por mais que você necessite soltar, você não solta, porque precisa delas ali, junto de você. Porém em contraponto, eu era sim uma criança, muito ingênua, achava que qualquer brisa o levaria pra longe de mim, e isso despertava ciúme, eu era birrenta, mimada, queria ele grudado em mim o tempo todo e a qualquer custo, e isso acarretava brigas, eu era tão boba, que imaginava que tínhamos que ficar juntos #prasempre, e isso acarretou desilusão.
Às vezes é difícil admitir que se esteja sozinho. Mas, além de necessário, talvez seja a melhor solução, sabe, o melhor caminho a ser seguido.
Do que adianta estar junto se você não está junto realmente? Isso não está relacionado com fisicamente, com toque, ele podia estar no Japão, que meu coração estaria lá. Entretanto, nosso amor não existia mais. Minha inocência, misturada à imaturidade dos dois assassinou, sim, somos ASSASSINOS de uma história de amor que provavelmente, teria um belo final feliz.
Mas do que adianta falar de passado? Meus caros, ele não volta nunca mais, e, mesmo que tenha sido bom, acredite, foram os melhores tempos que eu já tive, foi só nesse pequenino espaço de tempo que eu sinceramente fui feliz, não adianta, erros nem sempre são perdoados, e existem feridas que deixam cicatrizes muito profundas, daquelas que não tem reparo que melhore.
Estar só, talvez signifique tempo de REFLEXÃO, tempo de pensar nos erros para não cometê-los novamente, e repensar nas coisas que deram certo, tentando deixa-las melhor para a talvez futura próxima vez.
Não é fácil, às vezes ainda me pego relembrando o passado e até sorrio, mas é um sorriso nostálgico, acompanhado de arrependimento, dor e leveza, já que foram tempos tão leves, tão simples, mas que ficarão na minha memória #parasempre.
Estar só, às vezes dói, porque não se tem com quem compartilhar a vida. Estar só as vezes é ótimo, porque brigas não existem mais. Estar só faz a gente chorar, quando relembramos do passado feliz. Estar só, causa ira, pois as mágoas ainda nos rodeiam e machucam as vezes.
Mas, apesar de tudo, estou confiante, pois talvez, talvez mesmo, estar só seja positivo para mim, me traga algo de útil, mesmo que eu ainda não saiba disso.

Estar só, é uma incógnita, que eu ainda estou procurando uma fórmula certa para resolvê-la.

20 abril 2014

Liberdade é...

Liberdade é
Olhar e não sentir mais raiva,
Mais ódio, mais fúria.
Enfim, tudo o que faz mal.

Liberdade é
Saber que ninguém te traz felicidade.
Que a felicidade é você que tem que ir atrás.

Liberdade é
Saber que nem sempre o passado é ruim,
Mas que não devemos ficar presos ao que já passou.

Finalmente,
Ser livre é ser feliz,
Independente de pessoas ou lugares,
Dependente, só se for da gente.

15 abril 2014

Jovem personalidade: A ilusória apaixonada


“Toda vez que toca o telefone eu penso que é você, toda noite de insônia eu penso em te escrever. Pra dizer que o teu silêncio me agride, e não me agrada ser um calendário do ano passado. Pra dizer que teu crime me cansa, e não compensa entrar na dança depois que a música parou.”
— 
Engenheiros do Hawaii.   





 


            Bem. Acredito que vocês de alguma maneira já devem me conhecer. Eu sei que me conhecem, ou ao menos já tiveram a oportunidade de ouvir meu nome. Me chamo Ester.

Não era para essa história ser triste. Na verdade, era para ser aquela história de contos de fada, ou ao menos contada em um bom livro “modinha” desses que todo mundo anda amando por ai. Devia ter sido uma história de amor, escrita #PraSempre (para sempre), entretanto, não foi.
As pessoas na maioria das vezes acreditam que amores são como brisas, vem e vão na mesma facilidade em que piscamos nosso olhos, mas eu, ahhhhh, eu, infelizmente faço parte daquele pequeno, quase extinto grupo que acredita que amores não podem ser escritos no plural, na verdade eles não tem plurais, é AMOR, um só, para a vida toda.
Para meu desgosto, eu encontrei o meu. Da forma mais bonita possível, ele floresceu, em meio a uma amizade tão sincera, tão ingênua, que havia sido cultivada há vários anos, alicerçada por carinho e confiança.
Até hoje me recordo do nosso primeiro beijo, da simplicidade de alguém que beijou um garoto pela primeira vez, e que em sequencia, saiu fugida porque a mãe dele havia nos dado um flagra. Foi engraçado, admito.
Me lembro de todas as nossas risadas, de todos as nossas lágrimas derramadas juntas. Me lembro de quando nos beijávamos escondidos na garagem da minha casa, em meio a um breu, e de como era engraçado ficar ali no escuro jurando amor eterno. Me lembro de todas as vezes que ele me levantou no colo (mesmo eu sendo gordinha) e me girou no ar, dizendo que princesas não tocam os pés no chão. Me lembro de todas as broncas que tomei por ser tão explosiva e sensível. Me lembro de quantas ligações trocávamos, de quantas mensagens cheias de poesias eram escritas, do tipo
Viajei por galáxias , espaços e mundos para tentar encontrar você, a única estrela capas de iluminar o meu céu. Te amo.”
Me lembro de quantas vezes ele me acudiu, me salvou de mim mesma, de todas as burradas, de todos os problemas que eu tinha, de só me deixar sentar no seu colo e chorar, enquanto ele acariciava meus cabelos. Me lembro de todos os jogos de cartas, das brincadeiras com seus irmãos, me lembro da viajem que fizemos juntos, de como foi especial, foi mágico, e  de como cuidava de mim. Me lembro do nosso Natal, de como seus joelhos dobrados na minha frente, ensopados por lágrimas, eram testemunhas do momento em que colocou uma aliança no meu dedo, de como ela era especial. Me lembro de tantas coisas. Me lembro.
Mas sabemos bem que um ser humano não vive de lembranças e no meu caso, nem de dioxigenio (O2), alguns deles vivem de amor, eis ai o meu caso, caso grave por sinal.
Essas lembranças tão perfeitas, tão sublimes, tão inimagináveis, agora, estão borradas por gotas de sangue, sangue este que jorra do meu coração.
Existe um ditado que diz que “o que é perfeito dura pouco”, e se eu pudesse, eu abraçava a pessoa que disse isso, pois ela estava tão certa, como o produto de 2+2 é sempre 4.
Queria que distâncias não existissem, pois foram elas que me separaram literalmente de Davi. O porquê de um fato até relativamente pequeno ter mexido tanto conosco se deu por uma palavra: PARIS. Ele teve que ir, tinha uma oportunidade de estudo ótima, e, convenhamos, era PARIS, a capital do bom gosto e da sofisticação. Entretanto, mesmo com tanta perfeição algo não encaixava na história, esse algo era eu, que fiquei, não podia ir, tinha raízes aqui, assuntos que não podiam ser deixados para depois e um medo enorme do desconhecido. Burrice ? Claro que sim.
Deixando-o ir, eu corria alguns riscos, (1) esquece-lo (jamais isso aconteceu), (2) entrar em depressão (nessa época ainda era forte), (3) ele perceber que eu não fazia falta (imaginem), (4) ser traída (isso me dói até hoje). Nunca tive confirmação, mas meu coração sente até hoje que a ele beijou outros lábios que não foram os meus naquela viajem, que enquanto chorava vendo-o pelo Skype, ele estava pensando em outro corpo que não fosse o meu.
Davi voltou, graças a Deus, ele voltou, e depois de tantos problemas, estivemos muito tempo bem. Foi nessa época que aconteceu o que eu jamais irei esquecer. O dia que enfim, nos entregamos um ao outro. Não entraria em detalhes de maneira alguma, ainda mais quando sabe-se que para muitos, sexo é uma palavra proibida, e eu, ah, eu já não sei mais de nada. A única coisa que posso dizer é que ainda sinto seu calor em meu corpo, ainda o sinto entre minhas próprias pernas. Foi mágico e real.
Mas o mágico, os contos de fada, a princesa e o príncipe, foram embora junto com o castelo que foi construído sobre a areia e desmoronou. Desde então o pesadelo começou.
Me dói demais saber que no ultimo dia de vida meu pai, ele ainda estava lá em casa jurando amor eterno e arrumando os preparativos para nosso casamento. Isso mesmo, iriamos nos casar, já estava preparando tudo.
Meu pai se foi, e duas semanas depois ele me deixou. Sem motivos, sem explicações, sem recados, logo ele que sempre disse que ia cuidar de mim, que falava a meus amigos que morriade medo de eu entrar em depressão, que iria ser meu alicerce. O alicerce foi embora, fugiu das responsabilidades feito uma criança que faz arte, ele não era mais HOMEM, deixou de ser MEU HOMEM.
Tanto tempo já passou, tantas águas já rolaram e eu continuo aqui, estagnada nas minhas próprias lembranças, não querendo acreditar que acabou, mesmo sabendo que o fim já veio há muito tempo.
O vejo reconstruindo sua vida sem mim e isso me dói tanto, o vejo crescendo em um emprego que eu o ajudei a conseguir, o vejo escrevendo bem os textos que eu escrevia, o vejo vivendo, vivendo sem mim.
Não dá mais, não consigo, me perdoem, mas minhas lágrimas andam afogando minha alma, que está vazia e repleta de escuridão. Meus pesadelos são constantes, e a solidão é minha única companhia. As lembranças me rodeiam, me perseguem, e o som da sua voz ainda é audível aos meus ouvidos. Ainda acordo com o gosto do seu beijo em minha boca. Não consigo mais, a tristeza me consumiu, pois pior que o ódio, só mesmo a indiferença, e esta, me consome dia-a-dia.


05 abril 2014

Jovem Personalidade: O Infeliz Orgulhoso

- Você sempre foi um covarde!

- Mas você que fugiu de mim!

- E você não veio atrás, não tentou me fazer mudar de ideia, era isso que eu queria, queria que você reagisse, tomasse uma atitude.

- Não quero mais cometer os mesmos erros, quero você comigo,vão ter momentos de felicidade e momentos de tristeza, mas quero estar ao seu lado e enxugar suas lágrimas e prometo nunca mais te deixar ir, porque eu te amo!


Sabe aquelas pessoas extremamente “gente boa”, legais e muito, mais muito apaixonantes, os típicos “TDB” (tudo de bom)?  Pois é, esse é meu irmão, Davi, e na boa, ele é tudo isso mesmo, mas ultimamente anda perdendo meu respeito.
Meu irmão é aqueles caras nerdizinhos, suuuuuuuuper certinho, e muito gente fina, ajuda a todos e é extremamente fofo, sério, eu queria que ele fosse um ursinho só pra eu abraçar ele e deixá-lo exalar sua fofura master.
Lembra quando eu disse que Davi vinha perdendo meu respeito? Bem, não é por causa disso, mas sim pela falta de tudo isso.
Meu irmão era sim o cara mais legal do mundo, mas errou feio com Ester há certo tempo atrás. Ester??? Minha grande amiga, que um dia eu tive a honra de chamar de cunhada. Eles namoraram por vários anos.
Ela nunca foi uma garota fácil, e eu a admirava por isso. Chega de garotas mimadinhas e altamente frescas, daquelas super patricinhas que meu irmão já tinha namorado, Ester era única, um pouco maluca admito, chorava por nada e vivia emburrando a toa, mas era única e já era da nossa família, pena que se foi.
Eles terminaram de uma forma meio idiota, idiota eu acho, por que ninguém nunca soube de fato o que aconteceu. Só me lembro do dia que ela veio aqui deixar umas coisas embaixo de uma chuva densa, e de ver meu irmão não se importando com a coitada toda encharcada carregando uma sacola pesada de coisas e presentes. Ele não olhou no seu rosto, nos seus olhos lacrimejados, por que era orgulhoso.
O-R-G-U-L-H-O.  Definitivamente detesto essa palavra, pois sei que é ela que corroe o meu irmão até hoje, mesmo já tendo passado alguns longos meses.
Notávamos que as coisas não andavam bem, eles brigavam sem parar, não se ligavam muito e quase não se viam, mas eu não queria acreditar que estava perdendo minha irmã mais velha por uma estupidez dos dois.
O problema real é que Davi se arrependeu pouquíssimo tempo depois, e percebeu definitivamente que havia perdido a garota dos seus sonhos por uma estupidez barata de dois semi-adultos estressadinhos.
A minha raiva dele, é de não ter ido atrás para pedir desculpas. “Cara, para de ser otário!!! “ Quantas vezes o peguei no quarto chorando, olhando as dedicatórias dos livros dele, quantas vezes eu o vi suspirar ao ouvir aquelas musicas que só os dois gostavam (porque, ôh gosto musical ruim viu), ou ao sentir o cheiro dela nas peças de roupa que ficaram lá em casa.
Agora eu te pergunto: “Precisava realmente de tudo isso?” Não, claro que não.
Sabemos, orgulho é um dos sentimentos mais difíceis de se lidar. Você não quer dar o braço a torcer, você não quer assumir que está errado, e jamais, pedir desculpas.
Parece que é doloroso demais procurar quem tanto ferimos (também pelo fato de estarmos feridos) para conversar, olhar nos olhos, pedir perdão. Mas, sinceramente, imagino que doa muito menos do que a dor que ele sente agora, e mesmo querendo esconde-la de nós, todo mundo sabe que ele não está nada bem, o garoto está em frangalhos, totalmente despedaçado.
Não estou aqui para julgar ninguém, mas para mostrar que nem sempre sentimentos negativos são passageiros. Alguns ficam, e fazem muito mal, a mágoa é o pior deles, pois ela corroe sem perceber e quando se nota, não tem mais como voltar atrás.
Não estou dizendo que Ester era uma boa namorada, pois sei bem que ela era complicada que nem ele, mas ela era sim uma boa garota, e para mim, não precisava ter volta, mas que tivesse um fim menos orgulhoso e mais sensível.
Por que Davi não se deu conta, mas quando ele foi embora, ela se foi em seguida, para nunca mais voltar!