02 agosto 2013

Chiclete 3572 - Um Crime Curioso



Os jornalistas Pedro Goulart e Murilo Jambesck estavam tentando resolver um mistério sobre um furto a um banco que já os intrigava há algum tempo.
O mais curioso era que a única prova existencial que a policia havia coletado era um chiclete mascado, encontrado no chão do cofre e que continha os dígitos 3572 gravados nele.
- Quatro números... Podem ser infinitas coisas Murilo. É praticamente impossível descobrimos algo.
- Temos que começar de alguma maneira. Sempre te disse que causas impossíveis é minha especialidade, e convenhamos, não existe crime perfeito. - diz Murilo
- Tudo bem então senhor Sherlock Holmes, vou ler as anotações que coletamos desde o dia do ocorrido.
- Vamos lá. Aposto que a solução do nosso caso está entre as linhas escritas dessa sua agendinha.
- No dia 5 de agosto na pequena (mas muito pequena, basicamente minúscula) cidade de Ararinhas, o único banco da região foi arrombado. Abriram o cofre do mesmo utilizando a senha de segurança e levaram tudo o que havia lá, de dinheiro a joias de grande valor. A única pista deixada no local foi um chiclete verde mascado, que estava grudado no chão e que possuía marcado em si, os dígitos 3572, encontrado por uma viatura 15 minutos depois de registrada a ocorrência. - diz Pedro excitante
- O delegado disse com certeza que já sabe quem foi o ladrão, mas que são informações sigilosas e que não nos pertencem neste apropriado momento. - relata Murilo com pesar.
- Por isso que, acho necessário que nós conseguíssemos descobrir algo. Seria um furo de reportagem muito importante, e enfim, conseguiríamos status como principal jornal da nossa região!-exclama Pedro animado.
- Já sei o que vamos fazer. Digite ai nessa sua maquina velha que você ainda ousa chamar de computador os dígitos encontrados. Talvez temos sorte, e conseguimos alguma pista.
- Ok. Hum...a casa da Lady Gaga?
- Não.
- Numero de pessoa protestando nuas para que o próximo carnaval dure um mês?
- Logicamente não.
- Contagem de sorvetes tomados por um gordinho esfomeado em Nova Iorque, grife de sapatos ortopédicos, loja de fantasias femininas em São Paulo...
- Espere ai, leia novamente Pedro.
- Gostou das fantasias hein, está pensando em pedir pela internet?
- Não. Obviamente não. Estou falando da grife de sapatos ortopédicos, leia para mim sobre e encontre a lista de entregas recentes.
- Pois bem. É uma grife de sapatos masculinos para quem tem anomalias nos pés. Encontrei o ícone, digito o quê?
- Sapatos enviados para Ararinhas.
- Um par para o José Henrique, nosso redator (Nossa!Não sabia que ele tinha problemas nos pés, vou observar da próxima vez),outro para o dono do bar,aquele avarento do Juca Diabo e mais um ao nosso delegado Fabrício.
Todos sabiam que José não era o gatuno. Pois no momento do crime,o mesmo estava em uma reunião discutindo sobre uma pauta política.
- Só pode ser o velho Juca, pois fui ao bar àquela noite e o encontrei fechado sem nenhuma explicação cabível.Não é atoa que seu sobrenome é Diabo!-exclama Pedro indignado.
- Acalme-se Pedro. Vamos lembrar que o delegado foi bancário até ser chamado para o novo cargo na policia. Convenhamos,ele sabia de todo o funcionamento da agência bancária.
- Não é ele. Lembre-se,ele havia viajado para a capital naquela noite,devido a complicações na resolução do caso do desaparecimento de Márcia, a sua esposa. Ouvi dizer por ai,que não encontraram o corpo,por que era um acerto de contas.
Naquele exato momento, chega José Henrique, com uma noticia bombástica:
- Acabaram de prender o velho Juca em um cassino clandestino lá no lado oeste da cidade. O negócio era muito organizado,tinha até crachá para frequentadores Premium. Sendo que o mais interessante foi descobrir que ele era um frequentador assíduo desde o dia 3 de agosto , e que ainda tinha presença registrada das 10 da noite até as 5 da manhã.
- Se o roubo foi à meia-noite, não tem como ter sido ele.-grita Pedro enquanto se levanta da poltrona.
- Só pode ter sido o nosso “amado” delegado ! – soluciona Murilo orgulhoso.
Os três saíram correndo em disparada para avisar sobre a descoberta ao inspetor chefe do caso.
Após a denuncia,deslocaram-se em uma viatura em alta velocidade até a casa de Fabrício,aonde após arrebentarem a porta,encontraram Márcia amarrada em uma cadeira da cozinha.
A mesma relatou que havia sido mantida em cárcere privado a partir do momento que descobriu todo o plano do marido e se opôs a ele.
Por fim, o delegado foi preso em sua sala no 10º Regimento da Policia Especializada de Ararinhas e nunca mais conseguiu ler o jornal assinado por Murilo J. e Pedro Goulart.

Como o delegado deixou sua marca? Muito simples! Por ter os pés muito chatos, encomendou um par de sapatos com amortecedores plantais. No momento do crime, acabou sendo tomado por uma ansiedade consumidora, que o obrigou a mascar um chiclete de menta extra forte. Quando percebeu que haviam escutado o barulho vindo do cofre, saiu correndo em disparada, deixando o chiclete para trás e ainda pisando em cima dele.

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