
Ela
estava apreensiva, parecia que já sabia o que iria acontecer. Ele, tímido como sempre,
se contorcia naquele sofá, quase agonizando, não parava quieto, o nervosismo tomava
conta dos dois corações.
“O
que vai acontecer daqui para frente?”, “Onde essa brincadeira vai parar?”, “Será
que ele me leva a sério como eu o levo?” eram pensamentos que tramitavam pela
mente daquela jovem, que mesmo com corpo de mulher, não se passava de uma menina,
assustada com o amadurecimento.
A
conversa rolava solta, eles se divertiam como crianças, o tempo corria sem que ninguém
percebesse. Era visível o ardor da paixão entre aqueles olhares, estava
estampado em cada sorriso dado, em cada toque de pele, em cada respirar.
Devagar,
ele se aproximou, parecia que enfim havia notado que devia tomar uma atitude. O
tempo, que antes corria como nunca, começou a se tornar lento, vagaroso, quase
que estático, acompanhado por uma melodia leve, simples, que ficaria rondando
ali durante todo aquele momento.
Houve
o primeiro toque, ela logo se afastou, estava com medo, e ele continuou, tão
devagar como se suas mãos fossem penas bem macias que acariciavam aquela pele. Não
parou. Seus dedos acariciavam o cabelo escuro e comprido lentamente, como se
cada fio do mesmo desse uma sensação diferente àqueles movimentos. Foi mais
afundo. Abraçou-a, fazendo com que ela se sentisse segura.
Neste
momento, aquela menina amedrontada já havia entrado na dança, o ritmo daqueles
corpos já era o mesmo, já estavam desfrutando da mesma sinfonia.
Ela
não resistiu, olhou-o nos olhos suspirando,como se conseguisse entender o que
eles estavam dizendo, querendo descobrir se lá no fundo daquela alma, havia uma
voz que gritava “Eu te amo, E-U T-E A-M-O!”
Os
toques, os cheiros, os abraços, as risadas, agora não eram mais suficientes, eles
queriam algo a mais. Se pudessem, não havia eternizado aquele momento somente
em uma fotografia, mas de todos os métodos possíveis.
Ele
se aproximou, com aquele ar de brincadeira, típico de um menino apaixonado, foi
chegando mais perto. Nesse instante, o medo se tornou aflição, ela não sabia se
avançada ou se dizia não, mesmo tendo uma certeza, queria beijá-lo.
Enfim,
o momento sublime, mágico, esperado e tão aguardado aconteceu. Parecia que a
concretização de uma história tinha acontecido, o encontro de duas almas, de
dois corpos. Nesse momento, os corações batiam juntos, a respiração era a
mesma, haviam se tornado um só ser.