10 maio 2014

O Sonho de Anellice - Arqueiros das Almas



                Ela acordou de supetão. De um momento para outro teve a impressão de ouvir Christopher gritar socorro, mas, porque Cris, logo ele gritaria socorro e para ela? (Eles já haviam namorado, mas estavam separados há meses, e, agora forjavam uma amizade estranha. Ela ainda o amava, e por isso tinha aceitado tal acordo).
Piscou. Fechou os olhos novamente e respirou fundo. Fundo o bastante para saber que estava tendo mais um de seus intermináveis sonhos com seu amor do passado (que ainda estava vivo dentro dela, como se aquelas chamas não se apagassem, eram fortes labaredas que queimavam constantemente). Tentou acreditar que estava tudo bem e que logo, cada pesadelo daquele ia terminar. Respirou de novo, abriu seus olhos novamente e se virou para o lado, levantando-se da cama. De repente, o medo tomou conta de seus olhos, paralisou seu coração.
Na parede de seu quarto algo horrível estava escrito, manchas vermelhas juntas a uma “pegada” de mão que “arranhava” toda a extensão da mesma. Nela, apenas escrito:

SE O AMA DE FATO, VENHA SALVÁ-LO. ELE NÃO TEM MUITO TEMPO.”

Anellice não estava acreditando no que havia lido, e desnorteada, ligou imediatamente para Cris. Ao terceiro toque, ela ouviu apenas uma mensagem de voz dele que dizia:
- Me encontraram! Não tenho muito tempo, irão atrás de você. Não venha. Eu te AMO demais para te perder. E é isso que eles vão fazer. Se cuida? TuTuTu...
“O que está acontecendo?” Dizia Ane para si mesma e decidiu sair de seu quarto, sem saber para onde ir, só queria reencontrar seu amor de volta. Ele a conhecia, ela era extremamente teimosa, e ela percebeu de imediato, se ele havia deixado aquela mensagem, sabia que ela moveria o mundo, mas o salvaria, sabe-se lá do que. Ela iria, isso é fato.
Descendo as escadas, mais um baque intensamente forte. No sofá, deitada, estava Georgia (sua melhor amiga que morava com ela a mais de 5 anos desde que seus pais morreram em um acidente de carro nunca esclarecido) morta, com uma flecha no peito, totalmente ensanguentada, sem vida, sem alma.
“Será que aquele sangue era dela?”, “Como não acordei com tudo isso”, “Com que tipo de seres estou lidando?”, “Porque Cris?” Pensamentos como estes pairavam sobre a cabeça desnorteada de Ane que chorava incontrolavelmente sem saber o que fazer, sem saber para onde ir, a quem procurar, o que iria fazer de fato? Por que tudo isso!
Tateando os móveis da sala, em busca de algo vão, encontrou debaixo da escrivaninha um broche, dourado, com uma insígnia preta, apenas uma flecha, mais nada. Instantaneamente, Ane se tocou que já havia visto aquele símbolo em algum lugar, mas não!, não era possível, como? Improvável. Era impossível aquilo estar acontecendo.
            Correu para  a biblioteca,  jogando os livros no chão sem nenhuma cerimônia o achou. “Mas como? Isso é um sonho?”. Dentre os diversos livros de seu finado pai, estava lá, intitulado “Arqueiros das Almas”. A capa DOURADA, apenas continha uma única figura, negra como betume, uma FLECHA, com gotas de sangue.
            A história, fictícia até então, contava que em terras distantes do Reino de Arghônis (Mundos de Nebris) haviam alguns seres infernais, que não comiam, não bebiam e não tinham vida. Para sobreviver, caçavam almas que possuíam algum tipo de magia, sendo ela branca ou negra. Errados aqueles que achavam que a magia negra era a preferida, pois esses seres que cheiravam a enxofre preferiam a magia branca, vinda de inocentes, seres mágicos que somente faziam o bem, estes eram as presas. E a caça? Essa era feita através de flechas, uma rajada certeira no coração (local onde as criaturas mágicas tinham a fonte de seu poder) e pronto, os diabólicos arqueiros ganham “mais tempo de vida”, mais tempo para fazer o mal.
Ane não podia acreditar no que estava acontecendo, porque aquele livro que ela sempre teve medo de ler, mas seu pai a obrigara, tinha uma relação tão grande com o broche. E Georgia? E Cris?
Ao folheá-lo, ela encontra um bilhete, escrito à mão, mas, não parecia de fato, escrito por um ser humano “normal” e assustadoramente, continha à resposta de muitas de suas perguntas.

Anellice agora só tinha três certezas na vida:

(1)   Cris corria perigo.
(2)   Foram os Arqueiros das Almas.
(3)   Ela iria salvá-lo. Somente ainda não sabia como.





6 comentários:

  1. Adoro as imagens dos posts. Afinal, sei o trabalhão que dá pra fazer cada uma HAHA
    Você tem melhorado muito na escrita, me fazendo uma mãe muito orgulhosa <3 Mas sugiro que evite colocar fatos da sua vida nas histórias - sei que é uma marca sua, mas misturar vida pessoal com profissional dificilmente é uma combinação que dá certo.
    Parabéns e aguardo ansiosamente a continuação (;

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  2. Obrigada minha flor! vida pessoal nunca mais! ;)

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  3. Que texto bom. Estou ansioso para a continuação. Aguardo. <3

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  4. Muito obrigada. Da próxima, só saia do anonimo, para eu poder creditá-lo <3

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  5. Como disse antes, ficou inusitado e brilhante o seu texto ;)

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  6. Muito obrigada. Fico feliz que gostou, já que sei que vc é bem perfeccionista nesse tipo de literatura. Virão textos melhores, aguarde...

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