22 janeiro 2014

A Casa dos Espelhos: A Chegada a Nebris





Edu estava quebrado, mas não no sentido literal da palavra, pois seus ossos ainda permaneciam no mesmo lugar de costume, mas ele se sentia completamente moído, como se tivesse sido atropelado por um carro (coisa que já havia acontecido) ou por uma manada de elefantes.
Já havia despertado do desmaio, porém, ainda juntava forças para abrir seus olhos. Foi nesse instante que se deu conta que o ambiente em que se encontrava era muito diferente da sala velha e úmida repleta de espelhos. Escutava cantar de pássaros nunca ouvidos antes e o barulho de uma cachoeira não saia de sua cabeça.
Ao abrir os olhos, percebeu que estava sobre uma grama totalmente cor-de-rosa e ficou muito perplexo. Porém, nada se compara ao momento em que se virou e percebeu que ao seu lado (além do irmão ainda desacordado) estava uma jovem, de cabelos loiros e olhos verdes, apesar de muito linda,  que trazia consigo uma terrível cicatriz perto da bochecha esquerda, como se ela tivesse sido queimada.
Arrastando-se para trás, como se quisesse fugir daquele belo monstro que somente o observava, gritou:
-Saia de perto de mim, por favor!!!Não sei onde estou, mas não me faça mal, nem a mim e nem ao meu irmão.
A moça então se levantou delicadamente e chegou mais perto de Beto, tocando-o na cabeça.
-Acalme-se, por favor. Jamais te faria mal, mas quem são vocês e o que fazem nessa parte da floresta?São loucos? Aqui é muito perigoso e acho realmente que seu irmão está muito ferido.
Edu começou a chorar, pois não sabia nem ao menos explicar como haviam chegado ali, muito menos se poderia confiar naquela menina, e afinal, que perigos poderiam rodeá-los?!?
A garota então explicou a ele que se chamava Anita, e que aquela parte da floresta pertencia ao Reino de Nebris, perguntando se eles nunca haveriam de ter estado lá antes.
Ao olhar ao seu redor, uma sensação assustadora percorreu Eduardo por completo.O mundo em que estavam era completamente diferente do seu mundo habitual. Haviam pássaros de duas cabeça que cantavam perto da lagoa, lagoa essa que tinha uma água bastante turva, de aparência negra.A grama em que permaneciam era macia, cheirava indiscutivelmente tuti-frutti e era cor-de-rosa, e, ao olhar para os céus, ele pôde notar o inimaginável, ilhas flutuantes, que pairavam sobre suas cabeças e que eram visivelmente habitadas. Estava ele preso a um sonho?
Logo, ouviu-se uma barulho bastante assustador, e Anita, gritando, disse que deveriam sair dali o mais rápido possível, pois aquele lugar era infestado de feras.
Edu não sabia se podia confiar nela, mas então o que faria? Com seu irmão desacordado e o perigo eminente, colocou Alberto nas costas e sairam correndo em disparada, seguindo ele, Anita, que cada vez mais se enfiava mata adentro.
Depois de uma fuga rápida (que na verdade parecia uma eternidade), se sentaram em lugar que a jovem assegurou ser muito seguro e bem longe de todos os riscos que haviam passado.
-E agora? O que vamos fazer. Beto me parece muito machucado, não despertou nem com a fuga e todos os gritos das tais feras, estou temeroso em relação ao seu futuro.-disse Edu com bastante pesar.
-Vamos levá-lo a Nicanor.Ela acolheu eu e minha mãe quando chegamos aqui.Ela é a Mestre de Ervas mais antiga desse local, e saberá o que fazer com ele.Vamos!!!Preciso achar meu grifo o mais rápido.Ele está escondido em uma dessas arvores.
De repente, como se um vento bastante forte começasse a soprar, apareceu em meio às folhagens, um animal completamente único, com corpo de fera e asas, ganindo através de seu bico.Era Attrós, o grifo de Anita.
Eduardo, ainda sem saber exatamente o que estava acontecendo, ajudou a moça a colocar seu irmão no dorso do animal, e após se acomodar no mesmo, começaram a subir às nuvens.
            Nicanor vivia em uma das ilhas flutuantes, a ILHA DAS ERVAS.

20 janeiro 2014

A casa dos espelhos: A descoberta





Certo dia, quando voltavam para casa após mais um dia de aula na Apple (Colégio Municipal), Beto e Edu resolveu parar para tomar um sorvete na Sorveteria Ice Cream que ficava na esquina da Avenida XI de Julho.
Sentados ali, nas mesinhas do lado de fora, Beto avistou algo que até então, mesmo conhecendo todas aquelas ruazinha estreitas e pequenas da cidade, nunca havia notado.
Uma casa abandonada, com uma grande placa escrita “CASA DOS ESPELHOS”. Beto ficou maravilhado e ao mesmo tempo bastante curioso.
Chamou então o atendente do balcão, que além de tudo era seu colega de classe  –Augusto– para que lhe contasse sobre aquela construção(Augusto morava em Wisthe a desde que nasceu e sabia a localização de cada poste daquele lugar.
Então Guto lhe contou:
– Há muitos anos atrás, quando vocês ainda haviam chegado por aqui, aquela casa era de um antigo artista circense que perdeu tudo em um incêndio no circo em que trabalhava. Reza a lenda que ele acabou perdendo a mulher e a filha no acidente, porque se preocupou mais em salvar seus espelhos, da casa dos espelhos (por isso a placa).Depois do incidente, ele se mudou para cá e trouxe tudo o que havia escapado do fogo, menos a mulher e sua filha, quais os corpos nunca haviam sido encontrados, mesmo que carbonizados. O problema é que há uns cinco anos ele passou muito mal e acabou indo parar em uma clinica médica a uns 30 km daqui, mesmo não estando louco, ele só estava realmente muito doente. Depois deste dia , a Casa dos Espelhos nunca mais foi aberta por ninguém.
–Cara, que história mais sinistra?!? – disse Edu.
–Pois pode se acostumar, pois amanha, após  a escola, iremos visitar esses espelhos.-hesitou Beto.
– Obviamente que não! Jamais vou entrar em uma casa de alguém que não conheço.Ainda mais com uma história escabrosa dessas.
–Pare de ser medroso por favor Edu, será que esses 15 anos ainda não fizeram realmente efeito, cadê a sua coragem.Isso aqui não é uma “Casa Monstro”,não estamos naquele filmezinho patético para crianças.Iremos e pronto.
No dia seguinte, partiram para a aventura e deixaram Guto avisado, que se não voltassem até o por do sol, deveria buscar ajuda.
Chegando ao local, Eduardo continuava não gostando nem um pouco da ideia, mas mesmo assim, resolveu entrar.
Curiosamente, a janela estava destrancada, e os dois entraram com muita facilidade.
A casa era uma residência normal, sofás, tapetes e um grande lustre na sala, mas o que de imediato chamou a atenção de Alberto foi que a sala principal, a maior de todas estava repleta de espelhos.
Como já era esperado, um pedaço da história já estava confirmado, realmente, ele havia guardado todos os espelhos, mas não havia nenhum resquício de vida feminina naquele local.
Os espelhos eram de todos tamanhos e formas, fazendo os corpos magros daqueles dois garotos serem refletidos de diferentes maneiras.Agora eram garotos baixinhos, às vezes gordos e até de cabeça para baixo,o que acabou os divertindo muito.
Mais um em especial os chamou a atenção, era m espelho oval, estilo Madrasta da Branca de Neve, que cintilava, como se luzes diferentes saíssem deles.
Beto não hesitou em chegar perto, mas Eduardo advertiu, pois o medo tomava conta de seu corpo.
–Pare de ser bobo, chegue mais perto, quero saber como funciona essa engenhoca, ande, venha aqui!!!
Ao chegar perto, pareciam hipnotizados e totalmente atraídos pelo objeto.Quando Alberto o tocou, sentiram um turbilhão de emoções, como se seus corpos fossem carregados em um tubo supersônico e tudo doía.Desmaiaram.
O primeiro a acordar foi Edu, que se assustou ao ver que estavam sobre uma grama totalmente cor-de-rosa, e que uma moça os observava, era Anita.

A casa dos espelhos: Prólogo




Na pequena cidade de Wisthe todos se conhecem. É aquele fato nada curioso e totalmente explicável que todo lugar pequeno é propicio ao conhecimento nato e bem exacerbado sobre a vida de cada habitante e visitante que coloque seus pés por lá.
Dentre tantas pessoas, duas são bastante conhecidas dentre os pouco mais de 350 habitantes do vilarejo, estes em questão são os membros da família Well.
Julia é a única professora do lugar e seu marido e dono do maior (e único do Vale) posto de gasolina da região, fazendo com que sejam uma família relativamente publica. Porém o fato que torna essa família “diferente” é inotável fato que os irmãos Alberto  (18) e Eduardo(15) são adotados a mais ou menos uns 12 anos.
Basicamente são chamados como” irmãos canastra” ou “gêmeos adotados” (já que realmente os dois se parecem muito. Altos, magros, cabelos pretos e olhos azuis. Julia diz que não levou em consideração a aparência física deles ao adotar, já que o combinado era que cada um (ela e John) tentassem encontrar seus filhos separadamente, e, para grande surpresa, quando se encontraram no dia final, perceberam a imensa semelhança entre os dois. Nada além de grande felicidade e contentamento.


09 janeiro 2014

Jovem personalidade: O casal chiclete





Todos os sabiam quem eles eram, mas como não? Marcela e Augusto eram conhecidos por todos na escola onde estudavam, sendo chamados de “casal fofura”, ou mais costumeiramente, de “casal chiclete”.
Ninguém entedia ao certo, o porquê de nunca ver Augusto sem Marcela ou Marcela sem Augusto. Era praticamente a mesma coisa de sair na garoa sem guarda-chuva e não se molhar, basicamente improvável.
Eles se conheceram da maneira mais normal possível, já que estudavam no mesmo lugar e faziam o mesmo curso, de exatas.
Quando começaram a namorar, espanto não ocorreu, pois a amizade daqueles dois já levantava inúmeras suspeitas e sinceramente, um foi feito perfeitamente para o outro.
Não havia um intervalo sequer que não os visse, ali, grudados, como se um melado bem grosso e viscoso os unisse. Eram mais colados que dois gêmeos siameses.
O mais interessante, é que mesmo passando grande parte de seu tempo juntos, não se via aqueles dois brigando ou sequer discutindo, o que de certa maneira, acabava por despertar a inveja de algumas pessoas que não conseguiam compreender o porquê de tanta fixação ou mais denominada de “paixonite barata”.
É porque a maioria desses seres hipócritas não era sensível o suficiente para compreender que paixão é uma atração física, porém, o que aquele casalzinho sentia era amor.
Amor sim, porque amar não é ter uma atração de corpos, não é beijo gostoso ou um amasso bem dado. Amor é cumplicidade, confiança, saber que não precisa estar junto para se estar perto, mas mesmo assim, ter a necessidade de se estar conectado 30 horas por dia pela simples felicidade de ver um sorriso nascer a cada eu te amo falado, é mais que um mero corpo, amar é ter uma alma apenas. E eles.....eles se amavam.
            O final dessa história??? Ele não existe, porque ela ainda não terminou, estando apenas nos primeiros capítulos de um livro enorme escrito pelo Autor da Vida que ainda tem muito a escrever.
O que pode-se deixar bem claro, é que mesmo diante de tantos percalços que aqueles dois já haviam passados e as futuras dificuldades que ainda hão de vir, eles continuaram sempre grudados, como chiclete, porque apesar de tudo, o que havia de mais bonito naquele casal era o AMOR que os dava força para continuar, colados ou separados, perto ou longe demais, pois quando se ama, obstáculos não existem e problemas acabam se tornando balões que impulsionam aqueles que crêem para cima!