31 dezembro 2014

Fotografias

         
           Tristes são aqueles que só vivem o que demostram as fotografias.
         Alegres, sorridentes, felizes, limpos e agradáveis, como se a vida fosse feita de açúcar e nada de maldoso existisse.
         Coitados dos que vivem como nas fotografias.
         Não são de carne e osso, não são reais. Não sofrem, não choram, não sentem dor.
         Pobres são os que são somente  fotografias.
         Falsos casais que se amam, irmãos que nunca discutem, amigos verdadeiros, lugares inesquecíveis, momentos mágicos.
         De fato, fotografias são ilusões, irrelevantes para aqueles que estão de fato ali, somente pelo tempo de um apertar de botão, e em seguida, voltam para suas desgraçadas vidas infelizes.

30 dezembro 2014

Aonde eu encontro a felicidade?

Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz.
- Felicidade, Marcelo Jeneci
O que faz uma pessoa se sentir tão dependente de outra?
            Qual será o verdadeiro sentido da vida se você só consegue de fato viver se tudo estiver bem com quem se ama.
            E isto não acontece somente com aqueles que possuem afetividades sexuais, pode ser dependência de um genitor, de um melhor amigo, e até mesmo de um animal de estimação, visto pelo dependente, como uma real pessoa.
            Muitos abordam o caso como carência, uma falta de afetividade tão grande , que faz com que o individuo se torne um ser com grandes necessidades de afeto, amor, carinho, e muitas das vezes compaixão.
            Confesso que durante muito tempo, fui um desses indivíduos muito mais do que carentes, altamente dependente de alguém que eu amei muito.
            Acho que o fato não é somente carência, mas sim um abuso de convívio. Sim. Após passar tanto tempo junto com outra pessoa, você, por muitas das vezes não consegue distinguir o tempo livre do tempo conjunto, e acaba por acreditar que tudo é a mesma coisa.
            Para mim, um “super dependente”, vamos nos denominar assim, é muito mais que um carente, ele é um ser inocente, que por necessitar tanto de atenção, acaba por se tornar submisso a outro ser, independente do que venha a acontecer com ele, o mesmo acaba acreditando que tudo acabará bem no final.
            E é aí que está o grande erro, não existe um final feliz, felizes para sempre nunca passou de uma anedota, a luz no final do túnel é uma metáfora, e mesmo assim, todos caem nela.
            O grande obstáculo a ser ultrapassado é entender que a felicidade é conquistada a cada dia, você não sofrerá a vida inteira para ser feliz no final dela, pare de se enganar, por favor!
            Todos os dias, desde o momento que você acorda até o momento que voltará ao repouso, a vida te dará uma chance para ser feliz, e é só uma mesmo, pois nenhum de nós sabe de fato, quando a vida acabará. E se ela acabar antes do seu final feliz, será mesmo que todo o sofrimento, toda a submissão, as tantas lágrimas derramadas e quem sabe, até as brigas que não foram evitadas valerão a pena?
            Falo isso por experiência própria, é difícil entender que o único responsável pela sua felicidade é você, e que ninguém além de você será responsabilizado se no fim da vida, nada tiver valido a pena.
            A carência existe sim, e é inimaginável viver sem ela, entretanto, podemos suprir lacunas com outras coisas que poderemos amar no futuro, coisas que talvez nem saibamos que existem hoje, pois estamos de olhos fechados par as alegrias da vida.
            Enquanto continuarmos vedados, tudo continuará como antes e o final feliz continuará não existindo. Esqueça-se das dependências, afaste-se o máximo que conseguir das carências mundanas, e principalmente, abandone aquele que te faz mal, pois a sua vida só depende de você.

            A felicidade é uma escolha!

27 agosto 2014

Uma Goiana em Sampa


Uma Goiana em Sampa: bienal do livro

# Uma breve descrição:
         Bom... Resolvi comentar um pouco sobre o que vi, ouvi e experimentei na maior metrópole da América Latina, São Paulo. Foram dias incríveis em que pude notar quão surpreendente é nossa cultura e nosso povo, e como não valorizamos isso. Pois bem, quero apenas mostrar meu ponto de vista sobre lugares que me renderam grande estima. Bora viajar comigo, e descobri uma visão regada ao molho de pequi, sobre os paulistanos ?!?
#Bienal Internacional do Livro
         Sai de Goiás especialmente para este evento, e digamos, estou muuuito satisfeita com o que vi.
            Não serei positivista o bastante para engana-los dizendo que a Bienal é o melhor local para se ir em um sábado a tarde, mas que é o MELHOR LUGAR para ir em qualquer dia da semana.
            Sim. É um tsunami de pessoas que correm de um lado parea o o utro atrás de promoções, autores preferidos e marca páginas grátis, e, se você não tomar cuidado, ainda pode tropeçar em algum nerd jogado ao chão enquanto se delicia com seu milk shake do Bob’s, ou simplesmente adolescentes felizes or terem comprado todos os livros do Nicholas Sparks em algumas promoções, mas, sinceramente, isso é o de menos.
            Fiquei lá por pouquíssimo tempo (aproximadamente 2:30hs), enfrentei uma longa, mas coloca longa nisso, fila somente para comprar um ingresso, que custou uma bagatela de sete reais (meia).
            Entretanto, depois de entrar, passar por aquele portal sagrado do mundo da literatura, não tem como abrir a boca e suspirar no mínimo um “Uauu!!!”, quando deparada com a estrutura do evento. Pessimistas dizem que esta edição não foi a melhor, e que a infraestrutura deixou a desejar, mas, ok pessimistas, já te dei espaço demais nesse texto.
            Para quem nunca foi no evento (no caso, eu), consegue ficar fascinado. São inúmeros e inúmeros estandes, dos mais criativos possíveis, que contemplam desde o publico infantil, passando pelas donas de casa seguidoras de Vovó Palmirinha, até loucos por HQ’s da Marvel (eu) e livros longos (eu de novo).
            Pelo pouco que conseguir visitar, vi zumbis, estandes interativos, livros didáticos, materiais para vestibulandos (que chegavam até R$5.000), livros por apenas 10 reais, várias promoções, além de anjos, demônios, famosos e até um certo trono bastante cobiçado por George R. R. Martin.
            O estande da Submarino me surpreendeu, já que em vez de livros, conta com algo mais interativo e sustentável, e , acreditem, até de bicicleta pedalei para ganhar um brinde (ó-t-i-m-o).
            Considerações finais. Para uma goiana apaixonada por literatura, louca por gramatica e que ama um bom jogo de palavras, a Bienal vale muito a pena, com mais tempo, e apesar das circunstancias, é um lugar mágico, e , a sua chance de ver, e conhecer novos livros pode ser única. Aproveite.
            Antes que me esqueça, use e abuse de um booooom tênis, e lee uma mochila para levar seus exemplares para casa, corra atrás de brindes, eles são únicos, e, óbvio, tire bastante fotos, como essa aqui, em que eu fui ‘rainha’ por uns, aproximadamente, 20 segundos.
Beijos, e depois tem mais! 

24 julho 2014

Os olhos mágicos: Pistas

                 Após contar tudo para Kennye (que não estava gostando nada de ser deixado em segundo plano), Margô estava radiante com tamanho o caso que agora estava em suas mãos (ambas mãos, pois eles eram parceiros, mas que isso, amigos).
            - E agora? Como vamos proceder chefe? Devo te chamar assim agora Margô, ou será que você prefere Srª Margareth Staves?  - fala Ken ironicamente.
            - A meu bombom...Pare de tanto drama, somo e sempre seremos uma dupla. Se o senhor Masons quis falar comigo, simplesmente é por que você ão tem a alma feminina aguçada.
            -Tudo bem. Amos ao caso, mas nunca mais me chame de bombom, ok?!?
            - Não me peça o que não posso cumprir meu bombom. – Margô brinca enquanto o beija de leve.
            Neste instante, chega uma mensagem de texto no telefone ultra mega power moderno de Margô, seu belíssimo iPhone comprando em 24 suaves prestações de 50 euros.
            A mensagem dizia assim:

“ Querida Margo, designei meu homem de confiança, Jutes, para estar visitando a cena do crime juntamente com voce e seu capacho, hoje daqui a uma hora.
   Nao se atrase. Att. Sr. Masons.”
  
   - Capacho??? Esse cara só pode estar de brincadeira comigo não é mesmo senhorita Steves?
             - Sabe Ken, uma grande mulher sabe o momento certo de tomar certas atitudes. Tomarei uma agora. Vista-se e vamos embora.

***

            Chegando ao Hotel VilaMarin, avistaram de longe um brutamontes de aproximadamente 5 metros de altura (isso na visão de Ken, na verdade ele tinha uns 2 metros e alguma coisa), extraordinariamente malhado, em sua regatinha cada  preta tamanho P.
            -Vocês são os detetives?
            -Sim, somos.-disse Margô.-Leve-nos ao quarto.
            Quando entraram na suíte presidencial (de decoração muito contestável por sinal), deparam-se com várias cenas ao mesmo tempo.
            Uma cama mal feita, com pantufas lilás ao seu lado. Várias lingeries espalhadas pelo quarto. Alguns brinquedinhos sexuais em cima de uma poltrona. “Mas o que é aquilo Margô?Uhuhu, quero um negócio daquele para nós minha querida!”, “Contenha-se Ken, aqui somos profissionais”. E tantos outros vestígios por todo o local.
            - Onde está o corpo de Anna?
            - Foi levado para a autópsia. Meu patrão disse que os laudos serão entregues a vocês em breve.
            - Alguém mexeu no quarto?
            -Não. Ele está intacto, foi fechado após o corpo ser levado e sou o primeiro a entrar desde então.
            -A sim. Vamos começar.
            Depois de aproximadamente 3 horas investigando todo o local, que era contemplado por uma vasta suíte com cama de casal redonda, espelho no teto, TV LCD 59’, um banheiro quase que do tamanho do escritório de nossos detetives, que tinha banheira normal, banheira de hidromassagem, um armário trancado sem as chaves, além de local para massagem e ao fundo uma cadeira sadomasoquista de oncinha, cheia de apetrechos eróticos com aparência de usados recentemente, foram encontrados os seguintes vestígios:

·         Um par de pantufas lilás numero 35.
·         5 pacotes de preservativos, da marca Kecomic, sendo que 3 deles foram utilizados.
·         Uma camisola branca transparente, suja com um liquido viscoso aparentemente branco (sim, é o que vocês estão pensando).
·         Um diário encontrado de baixo da cama.
·         A carteira Anna Mikes.
·         Um bilhete destinado a Fred Toms, com letra aparentemente feminina.
·         3 garrafas de bebida alcoolica, sendo que somente uma havia sido aberta.
·         Resto de alimentos em alguns pratos.
·         Papeis rasgados em uma lixeira ao lado.
·         Um telefone celular sem a bateria jogado dentro da banheira.
·         Um vidro de perfume Mefelejê.
·         Algumas calcinhas penduradas no ventilador.

- Cenário exótico não? –Disse Mrgô estarrecida.
- Se é exótico eu não sei, mas aqui rolou uma festa pra lá de quente. Como assim aquela
Cadeira sadomasoquista? Só havia visto aquilo em filmes?
- Que filmes você anda vendo em Ken. Chegando em casa, falaremos mais a seu respeito hein bombom.
- Vamos esquecer isso ok? – Fala Ken envergonhado.
- Precisamos saber quem estava com Anna, e de que se deu sua morte, afinal, se ela morreu aqui, esse homem tem haver com isso.
- E como saberemos de tudo isso Margô? Se Jutes disse que nesse andar as câmeras não funcionavam e não se tem registros de quem subiu aqui com a Anna.
-  Simples meu caro. Chegou a hora de fazermos nossos interrogatórios...
            

06 julho 2014

Os Olhos Mágicos - O Caso



                Mais um dia se iniciava, e a mornidão do escritório continuava a mesma de sempre.
            De repente, depois de mais de três semanas, o telefone toca, e Margareth sai correndo para atender.
            -Alô. Serviço Especializado Dimp’s. Em que posso ajudar?
            -Não precisamos de rodeios, ou precisamos? Sei que vocês são os Olhos Mágicos e preciso urgentemente contratar o serviço de ambos. Já tomei informações suficientes sobre vocês. Sei que podem me ajudar.
            - A sim. Como faço para conversar melhor com o senhor? Qual é o caso?
            - Me encontre no Café Royal em 45 minutos cravados. Meu nome, Senhor Masons. Não leve companhia. Esse caso quero tratar primeiramente com você. Ao chegar, você saberá quem eu sou, tenho certeza disso.
            -Tudo bem. Quarenta e cinco minutos e nos vemos. Até breve.
            Margô desliga o telefone com um sorriso no rosto.
            - O que foi? Algum caso? Não acredito. Já estava pensando em fechar nossos negócios. Para onde vamos? -  disse Kenny animado.
            Margô explicou a ele que se tratava de um caso sim, mas, aparentemente, era um caso dela, e saiu para o encontro.
            -Ainda não acredito nisso. Ela é minha assistente! Quem dá as cartas aqui sou eu.
            Neste momento, Kennye recebe uma mensagem de texto dizendo:
“ Meu querido, quem dá as cartas aqui são nossos clientes. Grite mais baixo por favor. Beijinho. Margô”
***
            Ao chegar ao Café Royal após 45 minutos exatos, Margô não sabia como se portar perante seu caso. Parecia algo normal, mas no fundo, ela sabia que não era.
            Olhou em volta, tentando buscar o Senhor Masons, Afinal, ele não deixara nenhuma pista sobre quem seria ou onde estaria.
            De repente, um moço de belo porte, com aproximadamente 50 anos, esbarra nela e diz:
            - Acompanhe-me senhorita. Temos negócios a tratar.
            Era ele. Não restavam dúvidas. Com fala ou sem fala, ela saberia que era ele. Ele estava certo o tempo todo.
            Sentados em uma mesa reservada, começaram a conversar sobre o caso.
            -Muito prazer senhor Masons. Creio que nosso caso deve ser bastante delicado. Casos de infidelidade conjugal nunca são fáceis, mas, prometo que eu e meu colega, descobriremos quem está passando o senhor para traz.
            - E por acaso eu falei em infidelidade conjugal minha jovem? –rio largamente Masons - Meu caso é bem mais sério que isso, e acredite, vocês ainda irão me agradecer por ter contratado seus serviços.

            - Me desculpe senhor. Pode me dizer então qual é o caso. Necessito me inteirar de todos os fatos.
            - Pois bem. Sou dono do Hotel VillaMarin, no centro de Londres. A mais de dois anos, por sermos conhecidos pelos shows diversificados, temos as quintas-feiras um show no formato de cabaré. E não, elas não são prostitutas (pelo que eu saiba, claro). Vestem-se sim com roupas provocantes, fazem danças sensuais e mexem com a cabeça dos homens, mas tudo muito natural eu diria.
            -Sim, entendo. Continue por favor.
            - Bem, a 2 dias atrás, nossa principal dançarina, Anna Mikes foi encontrada morta, seminua em um apartamento do hotel. O caso é: Este quarto não estava alugado para ninguém, e neste corredor, a câmera não estava funcionando.
            -Entendo. Mas este não seria um caso para a policia, sr. Masons?
            -Seria. Mas assumo que eu tinha um relacionamento afetivo com Anna, e, gostaria sim de descobrir quem deu fim a sua vida. Tive sorte. O capitão da policia londrina, é meu amigo de infância e disse que me daria 2 semanas para descobrir quem foi. Mas somente este tempo. Se nada desse certo, ele entraria com a policia no caso. Está me entendendo senhorita, preciso que vocês sejam eficientes e rápidos. Quero colocar as mãos nesse infeliz o mais rápido possível.
            - Eu fico com o caso. Não se preocupe, descobriremos quem foi. Mas espero que o senhor leve os resultados obtidos para a policia. Não contribuímos para vingança com sangue.
            - Não se desespere. Só quero descobrir quem foi, por que acho que devo isso a Anna. Ela merecia ser cuidada com carinho.
            Um breve aperto de mãos e caso encerrado. Na verdade, aberto.
            Margô sai do Café saltitando. Não consegue acreditar. Um caso que não é sobre infidelidade. Um caso REAL.

            Ela precisa ligar para Kenny. E precisa ser agora.

22 junho 2014

Os Olhos Mágicos - Prólogo






Eles não eram conhecidos.

                Para os familiares eram Anabeth Klieves e Jonathas Fum, mas para seus “sócios”, eram chamados de doutor Kennye Dimp e Margareth Staves. Também popularizados como OS OLHOS MÁGICOS DE LONDRES.

                Se conheceram no ensino médio, quando ela queria ser advogada e ele perito criminal. Ela amava leis e sabia-as de cor, e ele era um amante da química e dos crimes policiais.

                O tempo passou, saíram do ensino médio e nada aconteceu. Ela passou em direito em uma universidade muito distante e desistiu, e ele, foi expulso da faculdade depois de fazer experiências inéditas, colocando fogo no laboratório de química da University of Greenwich em Londres.

                Jovens, desempregados, abandonados pelas famílias e sem esperança na vida, acabaram se reencontrando e tiveram a melhor ideia possível. Reuniriam seus dotes, suas experiências e sobreviveriam resolvendo casos pela cidade inglesa, seriam os OLHOS MÁGICOS dali.

                No começa não foi fácil, afinal, 11 em cada 10 casos que atendiam se limitaam a problemas de infidelidade, tendo como maior premio, a descoberta da traição da senhora Mitson (96) com seu sobrinho (18) em um motel fora da cidade. Esse caso rendeu a eles, um escritório na avenida 54, doado pelo marido de Mitson, o dono do prédio VilleTubes, antes de se suicidar.

                Depois de tantos casos curiosos, surge uma oportunidade surpreendente para a nossa dupla dinâmica, o assassinato da dançarina de cabaré Anna Mikes, em um hotel da cidade.

 

18 maio 2014

O sonho de Anellice: A tortura de Cris

O desespero dela era notável.
Como você se sentiria se da noite para o dia seu mundo desabasse e virasse de penar para o ar? Imagino sim, que o caos seria inevitável.
Desnorteada, sentou-se na cadeira de leitura de seu pai, e pela primeira vez, não se sentiu tão mal de estar ali, pois sempre que via aquela velha cadeira, lembrava do dia em que seu velho pai lhe contou a ultima história lida em um livro, e logo essa mesma história tinha voltado a tona, muito pior do que qualquer livro já narrara.
De repente, como ironia do destino, a vidraça de sua janela se estilhaça em inúmeros pedaços e Ane toma um grande susto.
Mas, acredite, o susto foi muito maior ao ver que o que quebrara a janela era uma pedra, não muito grande, porem que cintilava cores ainda não vistas e que por algum motivo, transmitia uma força, um poder, como um imã atraindo Ane para perto de si.
A curiosidade era óbvia, e agora, nada mais poderia ser perdido. Já haviam ido embora seus pais que ela tanto amara durante  avida, sua melhor amiga que cuidara dela por tantos anos e talvez, mas com grande certeza, o amor de sua vida, que para “sua sorte” ainda estava brigado com ela na noite do ocorrido.
Tocou a pedra. O poder atravessou seu corpo de uma forma indescritível, era como se fosse um choque, mas muito mais forte, denso e revitalizante.
Ao abrir os olhos, se assustou novamente, mas dessa vez, foi muito pior.
- Olá Anellice. Muito prazer. Meu nome é Bhogus. Não se assuste. Vim apenas te ajudar a encontrar nosso grande amigo.
Nem ela acreditava como do nada, um ser daquele jeito, alto, careca, extremamente esguio e muito magro, tinha “brotado” em sua frente, e principalmente, com aquelas roupas???
- Minha querida, não temos tempo. Cris corre grande perigo. Você precisa ser forte, o que irei te mostrar agora pode não lhe agradar. Lembre-se: Só você poderá salvá-lo.
Abrindo um pergaminho, algo irreal aconteceu. Mesmo sabendo que irrealidades agora seriam predominantes em sua vida.
No pergaminho, Ane viu com seus olhos, seres horripilantes, piores que qualquer ser infernal que ela poderia ter imaginado ao ouvir pregações sobre o inferno na igreja em que frequentava, ela viu seres muito mais grotescos que qualquer assombração que tivesse medo, eles pareciam ter saído de Mordor, criados pelo próprio Sauron, em um dia que ele estava inspirado.
Os cavaleiros infernais, estavam em uma espécie de acampamento, em um local negro que cheirava  a enxofre (ela conseguia sentir o cheiro), de onde saiam gritos de desespero, gemidos inimagináveis e pedidos de socorro, porém, em resposta, só se ouviam gargalhadas, quentes como a lava de um vulcão e mais más que qualquer coisa.
No meio daquilo tudo, um garoto chorava sem cessar, gritando de dor, pedindo clemencia, mas sem, em nenhum momento, abaixar a cabeça e se colocar como vitima, era nítido, que ele suportaria tudo aquilo por algum motivo.
De fato, esse garoto era Christopher, e Ane sabia disso. O moletom azul que ele usava, com um tordo nas costas, era um presente dela, para ele, no seu aniversário.
Foi então, que as cenas de tortura começaram.
Primeiro, despiram Cris, e ele ficou nu, e para Ane, isso se tornara muito vergonhoso, já que ela nunca havia o isto assim. Entretanto, sua preocupação era muito maior.
Depois, o amarraram em uma pilastra, e ele se manteve firme, sem um olhar para baixo.
Os cavaleiros então, o espancaram com muita vontade, deixando-o desfigurado, muito machucado, quase desfalecido.
- Onde ela está? Nos diga. Não adianta escondê-la garoto insolente, vamos acha-la de qualquer forma. Então, adiante nosso trabalho. – disse um deles, zombando sem dó nem piedade.
- Não irei contar! Meu dever é protegê-la, foi essa a missão que me incumbiram a 16 anos atrás, e eu nunca a deixaria correr perigo. Eu a amo acima de tudo.
- Ouviram? O apaixonadinho a ama! Se eu tivesse olhos, juro que choraria agora por você. Mas, como não tenho, só me resta te torturar até enfim, saber onde está garota do ar. Desista! Ela será nossa.
Nesse momento, muitos pensamentos rodeavam a cabeça de Ane. “Cris realmente a amava?”, “Missão?”, “Garota do ar?”. Mas, infelizmente, seus pensamentos foram interrompidos por um grito assustador.
Nesse momento, Cris, quase semi-morto estava prestes a sofrer uma grande perda.
O cavaleiro, sem demonstrar nenhum sentimento a não ser satisfação, apontou para ele uma espada, perguntando o que Cris preferia, seu corpo ou sua amada.
Cris não hesitou, dizendo que não contaria onde Anellice estava, cuspindo no “rosto” ou o no que deveria estar naquele lugar.
Em seguida, o cavaleiro das almas, decepou um dos dedos de Cris, rindo ao ouvir o urro de dor do garoto.
Mesmo em estado de sofrimento, Cris continuava a gritar que morreria por Ane se preciso, mas que jamais entregara seu paradeiro.
Nesse momento, mais um dedo foi decepado, e Cris já não tinha mais forças para se manter em pé, a hemorragia, agora já se tornara uma imensa poça de sangue aos seus pés. O caso era preocupante.
- Tragam a água do Lago Säure, quero ver se ele aguenta ser lavado e bem cuidado com as águas do lago ácido de Arghonis.
***
O pergaminho se fechou nesse momento e Ane queria morrer, morrer por Cris.
- O que vamos fazer Boghus? Cris irá morrer em breve, e eu não sei como ajuda-lo.
- Minha querida, estamos em jogo de xadrez, e eu irei a partir de agora, te ajudar a dar o Xeque-mate!


10 maio 2014

O Sonho de Anellice - Arqueiros das Almas



                Ela acordou de supetão. De um momento para outro teve a impressão de ouvir Christopher gritar socorro, mas, porque Cris, logo ele gritaria socorro e para ela? (Eles já haviam namorado, mas estavam separados há meses, e, agora forjavam uma amizade estranha. Ela ainda o amava, e por isso tinha aceitado tal acordo).
Piscou. Fechou os olhos novamente e respirou fundo. Fundo o bastante para saber que estava tendo mais um de seus intermináveis sonhos com seu amor do passado (que ainda estava vivo dentro dela, como se aquelas chamas não se apagassem, eram fortes labaredas que queimavam constantemente). Tentou acreditar que estava tudo bem e que logo, cada pesadelo daquele ia terminar. Respirou de novo, abriu seus olhos novamente e se virou para o lado, levantando-se da cama. De repente, o medo tomou conta de seus olhos, paralisou seu coração.
Na parede de seu quarto algo horrível estava escrito, manchas vermelhas juntas a uma “pegada” de mão que “arranhava” toda a extensão da mesma. Nela, apenas escrito:

SE O AMA DE FATO, VENHA SALVÁ-LO. ELE NÃO TEM MUITO TEMPO.”

Anellice não estava acreditando no que havia lido, e desnorteada, ligou imediatamente para Cris. Ao terceiro toque, ela ouviu apenas uma mensagem de voz dele que dizia:
- Me encontraram! Não tenho muito tempo, irão atrás de você. Não venha. Eu te AMO demais para te perder. E é isso que eles vão fazer. Se cuida? TuTuTu...
“O que está acontecendo?” Dizia Ane para si mesma e decidiu sair de seu quarto, sem saber para onde ir, só queria reencontrar seu amor de volta. Ele a conhecia, ela era extremamente teimosa, e ela percebeu de imediato, se ele havia deixado aquela mensagem, sabia que ela moveria o mundo, mas o salvaria, sabe-se lá do que. Ela iria, isso é fato.
Descendo as escadas, mais um baque intensamente forte. No sofá, deitada, estava Georgia (sua melhor amiga que morava com ela a mais de 5 anos desde que seus pais morreram em um acidente de carro nunca esclarecido) morta, com uma flecha no peito, totalmente ensanguentada, sem vida, sem alma.
“Será que aquele sangue era dela?”, “Como não acordei com tudo isso”, “Com que tipo de seres estou lidando?”, “Porque Cris?” Pensamentos como estes pairavam sobre a cabeça desnorteada de Ane que chorava incontrolavelmente sem saber o que fazer, sem saber para onde ir, a quem procurar, o que iria fazer de fato? Por que tudo isso!
Tateando os móveis da sala, em busca de algo vão, encontrou debaixo da escrivaninha um broche, dourado, com uma insígnia preta, apenas uma flecha, mais nada. Instantaneamente, Ane se tocou que já havia visto aquele símbolo em algum lugar, mas não!, não era possível, como? Improvável. Era impossível aquilo estar acontecendo.
            Correu para  a biblioteca,  jogando os livros no chão sem nenhuma cerimônia o achou. “Mas como? Isso é um sonho?”. Dentre os diversos livros de seu finado pai, estava lá, intitulado “Arqueiros das Almas”. A capa DOURADA, apenas continha uma única figura, negra como betume, uma FLECHA, com gotas de sangue.
            A história, fictícia até então, contava que em terras distantes do Reino de Arghônis (Mundos de Nebris) haviam alguns seres infernais, que não comiam, não bebiam e não tinham vida. Para sobreviver, caçavam almas que possuíam algum tipo de magia, sendo ela branca ou negra. Errados aqueles que achavam que a magia negra era a preferida, pois esses seres que cheiravam a enxofre preferiam a magia branca, vinda de inocentes, seres mágicos que somente faziam o bem, estes eram as presas. E a caça? Essa era feita através de flechas, uma rajada certeira no coração (local onde as criaturas mágicas tinham a fonte de seu poder) e pronto, os diabólicos arqueiros ganham “mais tempo de vida”, mais tempo para fazer o mal.
Ane não podia acreditar no que estava acontecendo, porque aquele livro que ela sempre teve medo de ler, mas seu pai a obrigara, tinha uma relação tão grande com o broche. E Georgia? E Cris?
Ao folheá-lo, ela encontra um bilhete, escrito à mão, mas, não parecia de fato, escrito por um ser humano “normal” e assustadoramente, continha à resposta de muitas de suas perguntas.

Anellice agora só tinha três certezas na vida:

(1)   Cris corria perigo.
(2)   Foram os Arqueiros das Almas.
(3)   Ela iria salvá-lo. Somente ainda não sabia como.





05 maio 2014

Terrores da Vida: O Livro Obscuro - Ritual

-Me esperando?-disse Emily
-Sim! Sempre estive a sua espera jovem garota- disse o espírito do livro
-Mas porque a minha espera? Sou só uma garota comum que ouve pop rock, ama fazer sessões de cinema em casa nos sábados a tarde, mas acima de tudo adora leitura- Emily agora já estava mais que assustada com toda a situação, e ainda assim não acreditava que um ser humano enfaixado havia brotado do livro e agora estava conversando com ela como se fossem dois amigos de infância
-Emily eu não tenho mais tempo para ficar no plano material-Octávio agora olhava Para o livro no qual havia saído- Mas se quiser que eu retorne para lhe contar como fui parar dentro do livro e sua ligação com toda essa história, basta duas gotas do seu sangue na primeira página do livro que ele lhe dirá o que deves fazer.
Então da mesma forma que Octávio havia se materializado ele agora desaparecia, página por página. Octávio não mais estava ali.
Emily não acreditava no que havia visto, e ao olhar o relógio viu que já passava de meia noite, resolveu então ir para o seu quarto, dormir e acreditar que aquilo nada mais nada menos passava-se de um sonho.
No outro dia na escola o assunto que ainda estava no ar era o ataque de histeria de Bruna e as palavras no qual havia dito "Emily, você é a próxima".
                                                             ***
Ao chegar na casa de sua avó Emily lembrou de tudo o que havia acontecido na noite anterior e resolveu ir a biblioteca particular para outra vez olha o livro estranho e ver o que acontecia dessa vez.
Emily então viu o livro sobre a escrivaninha e lembrou das palavras que o fantasma dos seus sonhos lhe havia dito "Duas gotas do seu sangue na primeira página do seu livro que ele lhe dirá o que fazer".
Estantâneamente Emily pegou um compasso que estava ali em cima e fez um pequeno furo no dedo inicial da mão, e deixou com que duas gotas caíssem na primeira página do livro estranho.
-Sei que só foi mais um sonho idiota de uma garota inocente- nesse momento as duas medíocres gotas mancharam o livro por completo. A mancha organizou-se em manchas menores que por fim formaram as seguintes palavras.
"O livro dos amaldiçoados"
Aquele que ousar pronunciar ou realizar qualquer um dos rituais será amaldiçoado por todo o sempre.
O espirito do livro logo torna-se sua alma...
Agora sua leitura só continuará se sacrifícios forem realizados...
Um coelho deverá ser sacrificado...
Uma parte do seu sangue deverá ser consumado....
E com o resto um círculo com um quadrado em seu centro, no chão deverá ser desenhador...
As seguintes palavras deverão ser recitadas "Assim como a vida desta criatura, consuma a minha alma como um último ato de bravura..."
***
Emily ao ver tudo aquilo achou uma verdadeira babaquice, mas não só isso como que Bruna estava fazendo alguma brincadeira de mal gosto com ela.
Resolveu então entrar na "brincadeira de Bruna" e pegou o coelho do seu falecido avô e levou até a biblioteca para tentar realizar então um sacrifício e mostrar para Bruna que não era a garotinha sensível no qual todos da sala a julgavam ser.
-Eu provarei a todos vocês que não tenho medo de nada, e que posso sim realizar um ritual de araque tramado por essa macumbeira da Bruna- Emily agora tinha um brilho misterioso nos olhos que se alguma outra pessoa encontrasse com ela agora, diria que estava tentando se ou provar algo a alguém- vamos então ao ritual.
Emily pegou uma faca escondida na cozinha e com um rápido movimento fez um corte no pescoço do coelho (ela não queria ver o coelho sofrer com uma morte lenta), após isso com uma quantidade de sangue desenhou um círculo e em seguida um quadrado dentro. Olhou então o resto do sangue e lembrou dos versos iniciais "Uma parte do sangue deverá ser consumada"
-Até parece que ficarei com nojo de beber sangue de coelho hahahahaha- Emily então colocou uma quantidade de sangue no copo e com muito esforço bebeu de uma só vez aquele líquido- Veremos agora quem será a fresca. Depois de hoje ninguém mais da escola me intimidará, serei a mais popular- então lembrou-se que a brincadeira de Bruna ainda não estava terminada, tinha que recitar as baboseiras escritas no livro- Então vamos lá. Assim como a vida desta criatura, consuma minha alma como um último ato de bravuraaaaaaaaaa.
E com um certo drama, recitou as palavras do livro. Nada aconteceu. Emily agora analisava a situação e achava engraçado em seu subconsciente toda a situação no qual havia passado.
Um grande vendaval formou-se na sala. Emily ficou assutada com tudo aquilo, mas lembrou-se que aquilo tudo não se passava de uma mera pegadinha de Bruna. O livro então ficou acima da cabeça de Emily, colado ao teto, várias páginas soltaram-se do livro e outra vez aquele ser enfaixado do sonho que Emily teve na noite anterior estava alia na frente dela.

Octávio estava materializado e a alma de Emily agora estava condenada... A morte.



 Paulo H. Macedo

29 abril 2014

Terrores da Vida: O Livro Obscuro - O Pacto


Era aproximadamente 11:45 da manhã do ano de 1995 quando a professora de Emily havia recolhido todas as redações sobre a crise de 1930, quando Bruna, uma garota dois anos mais velha que Emily, levanta-se da cadeira abruptamente e começa a soltar um grito avassalador
-AAAAAAAAAAAAAAAAAA
-Bruna –Falou Jéssica a professora de português no mesmo instante- Já para a diretoria! Não tolerarei mais as suas gracinhas! – Jéssica era professora de Português e Francês na escola para Damas e Cavaleiros da Senhorita Leveu na cidade de Goiás Velho. Ela era magricela, com alguns cabelos grisalhos e aparentava ter uns 57 anos.
Bruna repentinamente solta outro grito, mas dessa vez mais alto que o anterior, que por fim enfureceu mais ainda a professora Jéssica Fazendo-a gritar:
-GAROTA INSOLENTE! PARA A DIRETORIA AGOOORA!
Mas o que a inocente professora não sabia era que a pobre consciência de Bruna não mais ali estava e que a cada segundo a alma dessa jovem garota estava sendo consumida pelas forças sombrias.
Bruna era uma garota de cabelos negros, lábios avermelhados com bunda e seios fartos, e era conhecida na cidade por fazer sexo com qualquer homem em troca de tatuagens e cigarros. O pai de Emily era muito conhecido por ser dono da melhor padaria, e sua mãe era a fundadora do projeto “Adote cachorros e gatos para a alegria de todos”.
Os alunos da sala de aula estavam se controlando para não rirem de Bruna, enquanto a professora Jéssica controlava-se para não ter um surto. De repente Bruna para os gritos e olha fixamente nos olhos de Emily e começa a dizer – Emily, você é a próxima!- Bruna subitamente cai no chão e começa um ataque louco de espasmos e a liberação contínua de espuma pela boca. Um ataque epilético. A professora vai ao socorro de Bruna e pede para os ademais alunos chamarem a enfermeira da escola.
 Jéssica tenta ali fazer os primeiros socorros básicos para pessoas nesse estado, no qual aprendeu em um curso de duas horas em uma fita cassete na tarde de um final de semana em sua casa. Ela então começa os procedimentos aprendidos no qual acaba percebendo que Bruna está ficando desfalecida.
-Bruna, vamos lá, mantenha-se acordada!- diz Jéssica começando a ficar desesperada e mal sabendo que Bruna assim que fechou os olhos havia entrado em coma e morria a cada instante que se passava.
A enfermeira e seus ajudantes entram na sala com a maca e começam o processo de reanimação, mas nenhum sucesso tem sobre Bruna, então a levam a enfermaria para com esperanças conseguirem deixá-la bem.
Enquanto levavam Bruna, a diretora ordenou que todos os alunos fossem para as suas casas e que Emily deveria se dirigir a diretoria juntamente com a professora Jéssica.
Ao chegarem a sala a diretoria percebem a grande inquietação e preocupação da Diretora Elizabeth, no qual naquele instante tentava acalmar-se com um cigarro.
-Pois bem, professora Jéssica conte-me tudo e em seguida quero saber o “Porque” de Bruna ter falado que você seria a próxima Emily- disse a diretora severamente.
Após alguns minutos de Jéssica contando para Patrícia sobre o ataque frenético de Bruna e Emily tentando explicar que mal conversava com ela, a diretora resolveu dispensar as duas e obrigou Emily a levar as coisas de Bruna ao seu padastro Richard e a mãe Lúcia.
Ao recolher todos os pertences de Bruna Emily saiu da escola e foi em direção a casa da avó que ficava na rua de baixo para contar tudo o que havia acontecido naquele dia.
Emily era uma garota estudiosa, de cabelos loiros e olhos castanhos, meio alta, gostava de música de gênero Rock Pop e acima de tudo adorava ler livros, certas vezes optava por ficar em casa lendo seus livros e ouvindo suas músicas ao sair com os amigos para a praça do Coreto ou então dar uma volta pela Budega Fantástica entre outras lojas.

*  *  *
            Horas mais tarde após ter tido um almoço fantástico e contado a sua avó sobre o que havia acontecido pela manhã na escola, Emily resolve ir até a mini biblioteca que a avó cuidará e preservará tão bem e resolveu ver o que Bruna tanto carregava naquela bolsa que ultimamente não deixa ninguém nem se quer olhar na direção que estava guardada.
            Após sentar-se na mesa e espalhar todos os objetos que estavam dentro da bolsa de Bruna ela observou que além de um kit de maquiagem completo e alguns cadernos havia um livro de capa preta muito peculiar. Aparentava ser bem antigo, pois, atualmente não se encontra mais livros de tal porte a venda.
            Emily resolve abrir o livro e ver do que fala, já que na capa não havia título algum. Ao virar a capa ela depara-se com páginas em branco, nenhuma página sequer escrita, só 398 páginas limpas e agrupas, a não ser por duas páginas peculiares, as que estavam localizada bem no meio daquele livro, com a seguinte frase escrita:

“Algumas Gotas de Sangue são suficientes para tornar algo visível”

            Emily sem entender a frase resolve pegar alguns livros de biologia e estudar sobre os elementos que compõe a corrente sanguínea, até que ela se dá conta de que na verdade aquela frase é um enigma, e que se são só “Algumas gotas de sangue” nenhum mal faria então fazer um pequeno furo em seu dedo e deixar que algumas gotas caiam no livro, já que é necessário para que algo fique visível.
            Com uma tesoura que Bruna tinha dentro da bolsa Emily faz um pequeno corte em seu polegar e deixa com que algumas gotas caiam no centro do livro manchando aquela página.
            Após as gotas caírem nada acontece, mas de repente as gotas são absorvidas pelo meio do livro juntamente com a frase. Um silêncio destruidor prevalece na biblioteca até que várias páginas são rasgadas do livro e começam um grande ciclone na sala fazendo com que Emily tenha de se segurar em algum lugar para não ser levada por aquele vento assustador. O vento então cessa e as páginas que antes estavam rodopiando na biblioteca agora começam a agrupar-se de forma bizarra até o momento no qual formam um ser humano.
            Não um ser humano em si, mas algo mais parecido com uma múmia recente. Um ser humano enfaixado. Emily então meio assustada e perplexa por não compreender o que havia acontecido resolve dizer- Quem ou o que é você?

-Meu nome é Octávio Augustus Fento e estava lhe aguardando Emily Antônia Vaz.  


Paulo H. Macedo