Há quanto tempo eu esperava
Encontrar alguém assim
Que se encaixasse bem nos planos
Que um dia fiz pra mim
Você e eu...
Na Linha do Tempo –
Victor e Léo
Encontrar alguém assim
Que se encaixasse bem nos planos
Que um dia fiz pra mim
Você e eu...
Estava sentada em minha cama ouvindo musica e lendo um livro quando ouvi batidas na janela. É, eu sei que é difícil admitir que pensei duas vezes antes de abandonar O Senhor dos Anéis e minha canção favorita dos Tribalistas, Velha Infância, para ter certeza que o galho da arvore tinha como intuito me atrapalhar.
Me
levantei numa preguiça inimaginável enquanto tentava me arrastar ate a janela,
já enfurecida com o simples fato de que estivesse vetando no horário sagrado da
minha leitura quando constatei que curiosamente pedras voavam naquela noite.
Não.
Não estou louca e nem me encontro em um filme de ficção cientifica ou ate mesmo
excêntrico como o Guia do Mochileiro das Galáxias, eram pedras voadoras sim,
que estavam sendo lançadas por Miguel que se encontrava em baixo da minha
sacada tentando chamar minha atenção.
Conferi
se a porta estava devidamente trancada antes de pedi-lo para subir pela arvore.
Não consegui parar de rir. Pois é, as vezes dou umas crises completamente transloucadas
e infantis que me fazem parecer mais boba do que sou, e o perguntei se ele não
tinha vergonha em me visitar naquelas horas. O bobo, claro, brincando como
sempre me disse:
-"Acima
de tudo, não perca a esperança".- e depois sorriu. Você se lembra de que
livro é?
Depois
de batê-lo no rosto como de costume, respondi que era de As Aventuras de Pi,
livro que ele insistiu que eu lesse e que acabei me apaixonando.
Miguel...Tão
apaixonante como aquele livro, que mesmo bobo como poucos e comilão como um
Hobbit me fazia suspirar sempre que o avistava, aqui nesse mundo, ou enquanto passeávamos
juntos em meus sonhos por Nárnia, sempre a procura de Aslan. Assumo, nos via
como Caspian e Susana se enamorando por bosques distantes, antes de voltar ao Palácio
de Cair Paravel e desfrutar de um banquete com inúmeros manjares turcos.
Ele
acariciava-me lentamente, tocando em meu rosto como se aquele ato fosse uma
poesia suave de Castro Alves, quase que Espumas Flutuantes que me tocavam com
carinho. Me senti I-N-F-I-N-I-T-A! Talvez até mais do que Charlie naquela caminhonete
com Sam e Patrick e a musica que ouvia era outra, uma suave sinfonia doce que
me carregava.
A
sensibilidade de Miguel era algo que me assustava. Como alguém tão bobo,
criança, engraçado e inesperado (levando em consideração ao fato dele sair me
carregando nos braços para todos os lados) podia ser doce e amável daquela forma.
Somos um casal único sabia, ele é meu Peeta e eu sua Katniss. Não minto em nada
quando afirmo isso, pois enquanto ele é totalmente amável e sempre quer me
proteger, seja de uma chuvinha fina que cai sobre meus cabelos negros, até em
eu ser um pouco rude, e as vezes não dar valor em seus atos, mas nada, nada
mesmo é tão verdadeiro sobre como meus pesadelos são sobre perde-lo.
Enfim.
Conversamos durante horas, como se o tempo não passasse, talvez tivesse sido
congelado por algum Chapeleiro Maluco escondido em meu quarto. Viajamos pelo
mundo das letras sem ter horas de voltar, afinal, como estava escrito na porta de
Mortimer em Coração de Tinta “Alguns livros devem ser degustados, outros
devorados, Apenas poucos são mastigados e digeridos totalmente”.
Infelizmente,
a hora de Miguel ir havia chegado, e eu cada vez mais triste, sentia meu
coração apertado pela despedida. Como se fosse a ultima vez que vesse Marley,
sabia que o amava apesar de tudo, ou talvez por causa de tudo.
Nos
beijamos, e foi perfeito, como cada momento que passamos juntos, e ao se sentar
o parapeito de minha janela, o escutei dizer minha frase favorita de O Pequeno Príncipe,
“Tu
te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
Realmente,
Miguel havia me cativado, e o amava por isso, por fazer de Minha Vida Um Livro.
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