24 julho 2014

Os olhos mágicos: Pistas

                 Após contar tudo para Kennye (que não estava gostando nada de ser deixado em segundo plano), Margô estava radiante com tamanho o caso que agora estava em suas mãos (ambas mãos, pois eles eram parceiros, mas que isso, amigos).
            - E agora? Como vamos proceder chefe? Devo te chamar assim agora Margô, ou será que você prefere Srª Margareth Staves?  - fala Ken ironicamente.
            - A meu bombom...Pare de tanto drama, somo e sempre seremos uma dupla. Se o senhor Masons quis falar comigo, simplesmente é por que você ão tem a alma feminina aguçada.
            -Tudo bem. Amos ao caso, mas nunca mais me chame de bombom, ok?!?
            - Não me peça o que não posso cumprir meu bombom. – Margô brinca enquanto o beija de leve.
            Neste instante, chega uma mensagem de texto no telefone ultra mega power moderno de Margô, seu belíssimo iPhone comprando em 24 suaves prestações de 50 euros.
            A mensagem dizia assim:

“ Querida Margo, designei meu homem de confiança, Jutes, para estar visitando a cena do crime juntamente com voce e seu capacho, hoje daqui a uma hora.
   Nao se atrase. Att. Sr. Masons.”
  
   - Capacho??? Esse cara só pode estar de brincadeira comigo não é mesmo senhorita Steves?
             - Sabe Ken, uma grande mulher sabe o momento certo de tomar certas atitudes. Tomarei uma agora. Vista-se e vamos embora.

***

            Chegando ao Hotel VilaMarin, avistaram de longe um brutamontes de aproximadamente 5 metros de altura (isso na visão de Ken, na verdade ele tinha uns 2 metros e alguma coisa), extraordinariamente malhado, em sua regatinha cada  preta tamanho P.
            -Vocês são os detetives?
            -Sim, somos.-disse Margô.-Leve-nos ao quarto.
            Quando entraram na suíte presidencial (de decoração muito contestável por sinal), deparam-se com várias cenas ao mesmo tempo.
            Uma cama mal feita, com pantufas lilás ao seu lado. Várias lingeries espalhadas pelo quarto. Alguns brinquedinhos sexuais em cima de uma poltrona. “Mas o que é aquilo Margô?Uhuhu, quero um negócio daquele para nós minha querida!”, “Contenha-se Ken, aqui somos profissionais”. E tantos outros vestígios por todo o local.
            - Onde está o corpo de Anna?
            - Foi levado para a autópsia. Meu patrão disse que os laudos serão entregues a vocês em breve.
            - Alguém mexeu no quarto?
            -Não. Ele está intacto, foi fechado após o corpo ser levado e sou o primeiro a entrar desde então.
            -A sim. Vamos começar.
            Depois de aproximadamente 3 horas investigando todo o local, que era contemplado por uma vasta suíte com cama de casal redonda, espelho no teto, TV LCD 59’, um banheiro quase que do tamanho do escritório de nossos detetives, que tinha banheira normal, banheira de hidromassagem, um armário trancado sem as chaves, além de local para massagem e ao fundo uma cadeira sadomasoquista de oncinha, cheia de apetrechos eróticos com aparência de usados recentemente, foram encontrados os seguintes vestígios:

·         Um par de pantufas lilás numero 35.
·         5 pacotes de preservativos, da marca Kecomic, sendo que 3 deles foram utilizados.
·         Uma camisola branca transparente, suja com um liquido viscoso aparentemente branco (sim, é o que vocês estão pensando).
·         Um diário encontrado de baixo da cama.
·         A carteira Anna Mikes.
·         Um bilhete destinado a Fred Toms, com letra aparentemente feminina.
·         3 garrafas de bebida alcoolica, sendo que somente uma havia sido aberta.
·         Resto de alimentos em alguns pratos.
·         Papeis rasgados em uma lixeira ao lado.
·         Um telefone celular sem a bateria jogado dentro da banheira.
·         Um vidro de perfume Mefelejê.
·         Algumas calcinhas penduradas no ventilador.

- Cenário exótico não? –Disse Mrgô estarrecida.
- Se é exótico eu não sei, mas aqui rolou uma festa pra lá de quente. Como assim aquela
Cadeira sadomasoquista? Só havia visto aquilo em filmes?
- Que filmes você anda vendo em Ken. Chegando em casa, falaremos mais a seu respeito hein bombom.
- Vamos esquecer isso ok? – Fala Ken envergonhado.
- Precisamos saber quem estava com Anna, e de que se deu sua morte, afinal, se ela morreu aqui, esse homem tem haver com isso.
- E como saberemos de tudo isso Margô? Se Jutes disse que nesse andar as câmeras não funcionavam e não se tem registros de quem subiu aqui com a Anna.
-  Simples meu caro. Chegou a hora de fazermos nossos interrogatórios...
            

06 julho 2014

Os Olhos Mágicos - O Caso



                Mais um dia se iniciava, e a mornidão do escritório continuava a mesma de sempre.
            De repente, depois de mais de três semanas, o telefone toca, e Margareth sai correndo para atender.
            -Alô. Serviço Especializado Dimp’s. Em que posso ajudar?
            -Não precisamos de rodeios, ou precisamos? Sei que vocês são os Olhos Mágicos e preciso urgentemente contratar o serviço de ambos. Já tomei informações suficientes sobre vocês. Sei que podem me ajudar.
            - A sim. Como faço para conversar melhor com o senhor? Qual é o caso?
            - Me encontre no Café Royal em 45 minutos cravados. Meu nome, Senhor Masons. Não leve companhia. Esse caso quero tratar primeiramente com você. Ao chegar, você saberá quem eu sou, tenho certeza disso.
            -Tudo bem. Quarenta e cinco minutos e nos vemos. Até breve.
            Margô desliga o telefone com um sorriso no rosto.
            - O que foi? Algum caso? Não acredito. Já estava pensando em fechar nossos negócios. Para onde vamos? -  disse Kenny animado.
            Margô explicou a ele que se tratava de um caso sim, mas, aparentemente, era um caso dela, e saiu para o encontro.
            -Ainda não acredito nisso. Ela é minha assistente! Quem dá as cartas aqui sou eu.
            Neste momento, Kennye recebe uma mensagem de texto dizendo:
“ Meu querido, quem dá as cartas aqui são nossos clientes. Grite mais baixo por favor. Beijinho. Margô”
***
            Ao chegar ao Café Royal após 45 minutos exatos, Margô não sabia como se portar perante seu caso. Parecia algo normal, mas no fundo, ela sabia que não era.
            Olhou em volta, tentando buscar o Senhor Masons, Afinal, ele não deixara nenhuma pista sobre quem seria ou onde estaria.
            De repente, um moço de belo porte, com aproximadamente 50 anos, esbarra nela e diz:
            - Acompanhe-me senhorita. Temos negócios a tratar.
            Era ele. Não restavam dúvidas. Com fala ou sem fala, ela saberia que era ele. Ele estava certo o tempo todo.
            Sentados em uma mesa reservada, começaram a conversar sobre o caso.
            -Muito prazer senhor Masons. Creio que nosso caso deve ser bastante delicado. Casos de infidelidade conjugal nunca são fáceis, mas, prometo que eu e meu colega, descobriremos quem está passando o senhor para traz.
            - E por acaso eu falei em infidelidade conjugal minha jovem? –rio largamente Masons - Meu caso é bem mais sério que isso, e acredite, vocês ainda irão me agradecer por ter contratado seus serviços.

            - Me desculpe senhor. Pode me dizer então qual é o caso. Necessito me inteirar de todos os fatos.
            - Pois bem. Sou dono do Hotel VillaMarin, no centro de Londres. A mais de dois anos, por sermos conhecidos pelos shows diversificados, temos as quintas-feiras um show no formato de cabaré. E não, elas não são prostitutas (pelo que eu saiba, claro). Vestem-se sim com roupas provocantes, fazem danças sensuais e mexem com a cabeça dos homens, mas tudo muito natural eu diria.
            -Sim, entendo. Continue por favor.
            - Bem, a 2 dias atrás, nossa principal dançarina, Anna Mikes foi encontrada morta, seminua em um apartamento do hotel. O caso é: Este quarto não estava alugado para ninguém, e neste corredor, a câmera não estava funcionando.
            -Entendo. Mas este não seria um caso para a policia, sr. Masons?
            -Seria. Mas assumo que eu tinha um relacionamento afetivo com Anna, e, gostaria sim de descobrir quem deu fim a sua vida. Tive sorte. O capitão da policia londrina, é meu amigo de infância e disse que me daria 2 semanas para descobrir quem foi. Mas somente este tempo. Se nada desse certo, ele entraria com a policia no caso. Está me entendendo senhorita, preciso que vocês sejam eficientes e rápidos. Quero colocar as mãos nesse infeliz o mais rápido possível.
            - Eu fico com o caso. Não se preocupe, descobriremos quem foi. Mas espero que o senhor leve os resultados obtidos para a policia. Não contribuímos para vingança com sangue.
            - Não se desespere. Só quero descobrir quem foi, por que acho que devo isso a Anna. Ela merecia ser cuidada com carinho.
            Um breve aperto de mãos e caso encerrado. Na verdade, aberto.
            Margô sai do Café saltitando. Não consegue acreditar. Um caso que não é sobre infidelidade. Um caso REAL.

            Ela precisa ligar para Kenny. E precisa ser agora.